Segundo Marcos do Val (Podemos-ES), os recursos seriam uma forma de “gratidão” pelo apoio.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse ao jornal O Estado de S. Paulo que recebeu R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto por ter apoiado a campanha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado, em fevereiro de 2021.
Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, do Val afirmou que os recursos seriam uma forma de “gratidão” pelo apoio. Relatou, ainda, ter sido informado sobre a verba por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), articulador da campanha de Pacheco ao comando do Senado, após o resultado da disputa.
As afirmações de do Val expõem, pela primeira vez, como são feitos, nos bastidores, os acordos em torno da divisão do orçamento secreto.
O orçamento secreto fere a Constituição por não respeitar a “transparência” na divisão das verbas, na avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU). O modelo também distorce as regras ao permitir que os presidentes da Câmara, do Senado e o relator do Orçamento decidam quem vai indicar as emendas parlamentares e receber dinheiro público.
Procurado pela reportagem, o presidente do Senado disse desconhecer o assunto. Davi Alcolumbre não quis se manifestar. Após a publicação da entrevista, do Val divulgou uma nota na qual afirmou ter sido “mal interpretado”. O senador destacou, ainda, que todo recurso recebido foi destinado ao Espírito Santo. “Peço desculpas por eventual mal entendido”, escreveu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário