Em entrevista, do Val disse que recebeu R$ 50 mi em emendas como “gratidão” por apoio à campanha de Rodrigo Pacheco
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação sobre as condutas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do ex-presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A notícia-crime apresentada pelo senador Alessandro Vieira aponta suposto crime de corrupção passiva envolvendo emendas do chamado “orçamento secreto”.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, do Val afirmou que ganhou o direito de indicar R$ 50 milhões em emendas de relator como gratidão por ter apoiado a campanha de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado.
Na mesma entrevista, o senador disse ter sido informado da verba por Alcolumbre, que era o então presidente do Senado e que teria articulado a campanha de seu sucessor. Segundo do Val, os recursos seriam uma forma de “gratidão”.
Logo após a publicação, Marcos do Val disse ter sido “mal interpretado”. Ele declarou que não houve negociação de emendas em troca de votos para Pacheco. O senador afirmou que, ao usar a palavra “gratidão” na entrevista, quis se referir à possibilidade de assumir a presidência da Comissão de Transparência do Senado, e não ao recebimento de emendas.
Em despacho, Rosa pede uma manifestação da PGR antes que possa eventualmente decidir sobre o caso. A decisão da ministra é praxe nesse tipo de caso. Cabe à PGR avaliar se há elementos para abrir uma investigação formal contra os senadores.
O processo foi distribuído ao ministro Nunes Marques, que está de férias neste mês durante o recesso. Por isso, cabe a Rosa Weber, que está de plantão na presidência até sexta (15), decidir sobre o caso.
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