Pasta solicita apuração da conduta dos profissionais que realizaram o procedimento em menina de SC
Foto: Hilton Silva/MMFDH
O aborto legal feito por um médico em uma menina de 11 anos em Santa Catarina está na mira do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A pasta enviou ofícios a órgãos solicitando a apuração da conduta dos profissionais que fizeram o procedimento, e também pediu investigação sobre o vazamento do vídeo da audiência que revelou o caso.
Os pedidos foram feitos por meio da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que disse ter recebido “denúncias” de violação de direitos da criança e adolescente devido ao vazamento da audiência com a juíza Joana Ribeiro Zimmer.
Nas imagens, a magistrada induz a menina e sua mãe a desistirem do aborto legal. Após a divulgação do caso, revelado pelo portal Catarinas e pelo The Intercept Brasil, a Justiça revogou a ordem de Zimmer de que a criança deveria ficar em um abrigo, e a menina pôde realizar o aborto legal e voltar para casa.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Corregedoria do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) investigam a conduta de Zimmer.
Além da justificativa de “exposição” do caso nas mídias sociais e veículos de comunicação, um dos pedidos enviados pela pasta ao Ministério Público solicita a apuração da “responsabilidade cível e criminal” da equipe médica que deu prosseguimento ao aborto, realizado em conformidade com a lei, segundo especialistas, porque a gestação foi decorrente de um estupro.
Também foram enviados ofícios ao Conselho Federal de Medicina e ao Conselho Regional de Medicina para apurar “a conduta ética” da equipe. Os ofícios enviados não mencionam nenhum pedido, por parte da pasta, a respeito da conduta de Joana Zimmer.
O acesso ao aborto legal é autorizado no Brasil em três situações: quando a gestação é decorrente de estupro, quando oferece risco de morte à gestante e em caso de anencefalia do feto — essa última adicionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012.
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