Esquema usava malware em dispositivos de vítimas para transferir dinheiro direto da conta bancária
Um vereador de Davinópolis, no Maranhão, foi preso pela PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude bancária que teria levado a um prejuízo de R$ 300 milhões. Segundo as autoridades, a quadrilha criminosa, que atuava há mais de 10 anos, enviava mensagens de celular para vítimas com links contendo um malware que transferia o dinheiro para contas de laranjas.
Ao autorizar a prisão do vereador na quinta-feira, 7, a Justiça atendeu a um pedido do Ncyber (Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos), do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios).
O político foi detido por agentes da Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da PCDF. Eles tiveram apoio de policiais civis do Maranhão, onde o suspeito está preso e aguarda transferência para o Distrito Federal, como informou a Procuradoria Geral de Justiça ao Tecnoblog.
O grupo criminoso do qual o vereador é suspeito de fazer parte atua principalmente na região Centro Oeste e no estado do Pará. De acordo com o MPDFT, os criminosos faziam transferências diretamente das contas bancárias usando uma combinação de malware e engenharia social. Após enviarem a mensagem com o vírus, os integrantes da quadrilha ligavam se passando por funcionários do banco onde a pessoa tinha conta.
Caso o aparelho do usuário tivesse sido infectado pelo malware, o passo final do golpe era fazer a vítima repassar as credenciais usadas para autorizar a operação bancária. Quando o dinheiro era transferido, a quadrilha o destinava para para diversos laranjas que cediam suas contas aos criminosos, a fim de pulverizar os rastros.
A quadrilha funcionava em forma de pirâmide: os laranjas eram os beneficiários imediatos da fraude; no patamar acima estavam os recrutadores; e, por fim, no topo da cadeia, estão os gerentes de operações, responsáveis por levarem os correntistas para caixas eletrônicos e lá determinarem quais operações eram feitas.
Por vezes, essas pessoas possuíam máquinas de cartões de crédito fantasmas para realizar compras simuladas nos cartões desses beneficiários“, diz o MPDFT em nota.
O vereador maranhense preso pela polícia é acusado de indicar pessoas dispostas a fornecerem suas contas e participarem do esquema. Segundo o MPDFT, ele tem ligação com um casal preso em Goiânia (GO) em 31 de março. A dupla, por sua vez, tem antecedentes criminais por duplo homicídio, estelionato, organização criminosa, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e posse de drogas.
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