Dra. Andréa Ladislau * Psicanalista
Poucos sabem dessa curiosidade, mas o dia 30 de março, data de aniversário do pintor Van Gogh, diagnosticado, após a morte, com bipolaridade, entrou para o calendário da saúde como o Dia Mundial da conscientização do Transtorno Bipolar.
Um transtorno que se caracteriza por mudanças bruscas e repentinas do humor, alterando e afetando a energia e até os relacionamentos interpessoais, dificultando a interação social.
Em questões de segundos, a pessoa passa de uma extrema alegria e felicidade, para um exagerado mau humor e até agressividade. Nesta cadeia podemos classificar ainda, manifestações como os tiques, as manias e os toques que, acompanham este distúrbio.
O indivíduo acometido pelo transtorno tende a vibrar de forma muito rápida da depressão para euforia e vice-versa, demonstrando também que a frequência e duração dos episódios são variáveis e relativos.
Apesar da fragilidade na identificação do diagnóstico, pois existe uma associação muito forte com a depressão e com o perfil do maníaco também, o distúrbio pelos sinais intensos, também pode confundir na sua classificação, com doenças como a esquizofrenia, depressão severa, transtornos de ansiedade exagerada e até síndrome do pânico.
Na verdade, é importante destacar que não existe uma causa aparente determinada. Mas como estudos levam a crer em alterações genéticas no cérebro, entende-se que seja esse o ponto de partida para o desenvolvimento da doença.
Porém, se não for controlada a crise pode aumentar sua intensidade, aumentar sua frequência, diminuindo os espaços de atuação entre uma e outra, além de levarem o indivíduo a atentar contra sua vida ou até mesmo, de forma incontrolável, atacar as pessoas que estão mais próximas a ele.
Também evidenciamos episódios de alucinações e delírios intensos em que a pessoa entra em um processo de transe momentâneo.
Portanto, podemos afirmar que, temos vários testes psicológicos e clínicos que podem detectar a manifestação do transtorno bipolar. Tudo associado a uma investigação profunda do histórico comportamental e também familiar deste paciente.
Infelizmente, por ser muito subjetivo este diagnóstico não é fácil ser concluído. Pois, os sintomas também se confundem com outras comorbidades.
Sabemos que as crises vão variar conforme os tipos de transtornos. Podem ser mais severas ou mais brandas, mais duradouras ou mais breves. Agressividade, passividade exagerada, reclusão, tristeza profunda, estado deprimido, fobia e outros processos demonstram que um paciente está em crise.
A crise nada mais é do que destoar do que é o comportamento normal do indivíduo. Afinal, todo mundo tem seus dias bons e ruins. Mas, para as pessoas que sofrem de transtorno bipolar, essas variações de humor são um assunto muito mais sério. São muito intensas e afetam o equilíbrio emocional de quem sofre, alternando períodos de euforia e depressão.
Claro que, cada pessoa vai reagir de uma forma em seu momento de crise. Mas, o mais importante é estar atento aos sintomas e alterações de comportamento. Não demorar para buscar ajuda profissional e acolher este indivíduo de forma a não permitir que o transtorno se agrave e se associe a outros.
Dra. Andréa Ladislau * Psicanalista
Psicanalista (SPM); Doutora em Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras –cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras - Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.
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