Filipe Vargas Ferreira, um dos vencedores - Foto: divulgação / Green Talents 2020
O engenheiro químico brasileiro Filipe Vargas Ferreira, de 32 anos, foi um dos vencedores do prêmio internacional Green Talents 2020, iniciativa do Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha. Com informações da Agência Fapesp e Conexão Planeta
O prêmio seleciona projetos de 25 jovens pesquisadores do mundo todo para promover o intercâmbio global de ideias sustentáveis e ecologicamente inovadoras.
Doutorando da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, Filipe Ferreira nasceu em Minas Gerais. Na disputa na Alemanha, ele concorreu com 589 candidatos de 87 países.
“O prêmio é o reconhecimento de um trabalho que venho desenvolvendo durante alguns anos. Mais importante que isso, o Green Talents é o reconhecimento mundial de uma pesquisa de ponta desenvolvida em uma universidade pública brasileira”, disse Ferreira, em entrevista ao Jornal da Unicamp.
O engenheiro mineiro, que cursou mestrado em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), já tem outras experiências internacionais. Ele estudou na Universidade de Stuttgart, na Alemanha, como bolsista do programa Ciência sem Fronteiras, e realizou um estágio de pesquisa na Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
O projeto
O projeto dele tem como foco o desenvolvimento de nanomateriais poliméricos biodegradáveis – plásticos – para serem usados como embalagens e/ou implantes biomédicos.
De acordo com o engenheiro, atualmente são utilizados polímeros não biodegradáveis nessas áreas e a reciclagem não é recomendada, porque alguns medicamentos, ou compostos ativos, não conseguem ser removidos durante esse processo.
Estima-se que 359 milhões de toneladas de plástico são produzidas globalmente. Desse total, entre 150 e 200 milhões delas são jogadas em aterros sanitários ou na natureza. Tentar reduzir esse descarte e seu consequente, impacto ambiental, aumentar a capacidade de reciclagem ou de uso de materiais alternativos são alguns dos principais desafios de cientistas, governos e empresas.
Para desenvolver o polímero, o engenheiro utilizou nanotecnologia para extrair cristais da celulose, que é abundante na natureza. O produto obtido se mostrou bastante resistente.
O engenheiro afirma que ainda são necessários estudos a respeito da capacidade de proteção do polímero contra umidade e trocas gasosas.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, os 25 selecionados do Green Talents deste ano participaram, em outubro, de um tour virtual por instituições de pesquisa, universidades e organizações alemãs, que se dedicam à ciência da sustentabilidade. Também tiveram a oportunidade de discutir seus projetos com especialistas.
A previsão é que, em 2021, os ganhadores poderão ir para a Alemanha, com estadia financiada pelo governo daquele país, para trabalhar em uma instituição que escolherem. Com informações da Agência Fapesp e Conexão Planeta
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