- Existe algo que como a jabuticaba só existe no Brasil. Trata-se da publicidade chamada de institucional que os governos federal, estaduais e municipais fazem através dos mais variados meios disponibilizados pela mídia. Todos alegam que é uma forma de dar uma satisfação à sociedade sobre o que estão realizando à frente dos respectivos Executivos. Só que há uma pequena e injustificada razão para esse procedimento que parece não existir em nenhum país do mundo: é essa mesma sociedade que paga essa gastança, pois ela é feita com dinheiro público, ou seja, com o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos, que não são consultados sobre esse tipo de aplicação dos recursos recolhidos do bolso de cada um;
- Somente em 2011 o Governo comandado pela presidente Dilma Rousseff gastou mais de R$ 3 bilhões em publicidade e patrocínios. Esses bilhões bem que poderiam ter sido aplicados em outras prioridades, como Saúde, Educação, Transportes e Segurança. A melhor propagando que um Executivo pode fazer certamente será através do próprio povo, que será um dos principais divulgadores dos feitos governantes na medida em que esteja recebendo os benefícios, os quais são obrigações a serem cumpridas pelos Executivos, razão da existência dos impostos que são obrigados a pagar, aliás, um dos mais altos do mundo. Esse tipo de gasto não existe em países muito mais ricos que o Brasil e com muito mais dinheiro disponível;
- Conheço uma cidade onde há alguns anos o prefeito investia na realização de obras que fazia muito tempo que eram desejadas e esperadas pela população. Os adversários diziam que o prefeito fazia as obras porque a prefeitura tinha bastante recursos e que o melhor momento era o de pagá-las, pois recebia propina das empreiteiras. Nos dois mandatos do prefeito a cidade mudou totalmente de aspecto urbanístico. Não sei se o prefeito ficou mais rico ou não. Mas o grande fato ficou por conta de um episódio que assisti, no penúltimo ano do mandato daquele prefeito. Uma família estava numa padaria, de manhã cedo, comprando ingrediente para o café da manhã, pois viajara durante a noite para passar o fim de semana. De repente chega outra família, e o homem que estava na padaria reclama que os outros não abriram a casa para arejá-la. O amigo então respondeu: "Não achei a rua onde a casa está, porque quando viemos aqui da outra vez as ruas do bairro não eram pavimentadas, e agora, todas estão asfaltadas e eu me perdi e não encontrei a rua nem a casa";
- Aquela foi, sem dúvida, a melhor propaganda feita sobre as obras comandadas pelo prefeito daquela cidade. Que fez foi um cidadão beneficiado pelas obras de pavimentação que o chefe do Executivo daquela cidade havia realizado. Ao lado dessa despesa inconveniente e que só serve como propaganda eleitoral, há ainda o problema dos veículos de comunicação pagos para exibirem a tal propaganda institucional se sentirem constrangidos de fazerem qualquer tipo de crítica àquele prefeito, por exemplo, que está pagando para se divulgar, mesmo que ele tenha até praticado algum tipo de 'malfeito' utilizando o mesmo dinheiro público que paga pelo que não deixa de ser um culto à personalidade, só que sem sair do bolso do propagandeado;
- Já é hora de se pensar em dar um fim a esse tipo de gasto, exigindo-se dos chefes de Executivos federal, estaduais e municipais que apliquem, isto sim, o dinheiro público em benefício do povo que paga os impostos e que deseja ver o retorno em forma de benefícios e não para serem utilizados com fins eleitorais.
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