Rayder Bragon Do UOL, em Belo Horizonte
Por conta de carta enviada nesta quinta-feira (12) a emissora de TV em Minas Gerais, o goleiro Bruno Souza foi punido hoje (13) pela administração da penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, situada em Contagem (MG), com a suspensão do trabalho de faxina que o goleiro realizava no pavilhão. Ele não pode mais sair de sua cela, senão para as duas horas diárias de banho de sol. Bruno e mais sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.
A carta foi entregue pelo advogado do goleiro, Rui Pimenta, a um apresentador de programa da TV Alterosa, afiliada do SBT. Nela, o jogador afirmou não ter ordenado a morte de Eliza, fez referências a Deus e disse que vai assumir a paternidade do filho de Eliza Samudio.
O goleiro ainda diz que paga por um crime que não cometeu e que seu maior erro teria sido confiar em "algumas pessoas", sem citar nomes. Ele está preso há dois anos na Nelson Hungria.
Segundo nota da Secretaria de Estado de Defesa Social, responsável pela unidade prisional, o goleiro “cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de segurança do Complexo Penitenciário Nelson Hungria e enviar, fora dos trâmites legais, uma carta ao público externo à unidade, por meio de seu advogado”.
Conforme o texto, a carta não passou pelo crivo de departamento específico que registras as correspondências destinadas aos presos e aos familiares deles e confere o teor das cartas.
Ainda de acordo com a secretaria, o goleiro será ouvido na próxima segunda-feira (16) e o seu depoimento vai ser encaminhado à Comissão Disciplinar do Complexo Prisional, órgão que vai analisar a suspensão ou fixar o prazo do recolhimento de Bruno a sua cela.
A Seds ainda afirmou que vai notificar a OAB-MG (Ordem dos Advogados do Brasil – seção Minas Gerais) sobre o caso. O UOL tentou contato com o advogado Rui Pimenta, sem sucesso.
O advogado Francisco Simim, que atua na defesa do goleiro ao lado de Pimenta, rebateu posicionamento da Seds e disse que a carta escrita por Bruno à emissora de TV de Belo Horizonte foi lida por agentes penitenciários antes de sair da unidade prisional.
"Nós até chamamos o diretor do presídio, para acompanhar a feitura da carta, mas fomos informados que ele estava ocupado e não poderia comparecer. Nós não saímos com ela escondida de lá. Os agentes penitenciários leram a carta e nos devolveram. eu fiz esse procedimento", afirmou.
Simim disse ter enxergado no episódio uma forma de retaliação ao jogador por conta de uma outra carta, publicada na última edição da revista "Veja", e na qual o jogador teria pedido ao ex-braço direito Luiz Henrique Romão, o Macarrão, para assumir a morte de Eliza.
"A outra carta saiu de lá sem ninguém saber. Eu acho que foi sem dúvida isso que ocorreu [retaliação]. E ele [Bruno] não merece isso. Foi uma oportunidade que ele teve de provar à população que ele é inocente [enviando a carta à emissora de TV]", salientou Simim, que disse que vai acompanhar o interrogatório do cliente, marcado para a próxima segunda-feira (16).
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