247 – A questão é histórica, mas tem de ser enfrentada em benefício da economia do Amazonas. Acostumada a ter déficits comercial, em razão de importar mais insumos do que exporta produtos manufaturados, a região vive um momento particularmente agudo em relação à diferença entre compras e vendas. Desde o início do ano o déficit já chega a US$ 6 bilhões, com o resultado de junho (- US$ 998 milhões) tornando-se o terceiro pior do ano. Um quadro que já preocupa autoridades e entidades de classe.
Abaixo, reportagem publicada no site do jornal A Crítica a respeito do assunto:
Luana Gomes _A Crítica - Em seis meses, o Amazonas registrou um déficit de US$ 6,01 bilhões na balança comercial, alta de 5,32% em relação a igual período do ano anterior, conforme dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). No mês de junho, o Estado anotou seu terceiro pior resultado do ano, com saldo negativo de US$ 998,68 milhões. O Estado teve uma queda de 13,41% no número de produtos enviados ao exterior, depois de registrar o melhor desempenho quanto ao volume de exportações em 2012, com cifras correspondentes a US$ 88,85 milhões em maio.
Com base no levantamento, o resultado de importações foi o terceiro mais alto anotado no ano, embora tenha sido 14,72% inferior ao de mês imediatamente anterior. Enquanto no quinto mês do ano, a quantia de dólares oriunda de mercadorias enviadas para fora do mercado interno foi de US$ 1,26 bilhão, em junho, estas cifras foram de US$ 1,07 bilhão. Embora com a valorização do dólar, o professor de economia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Renilson da Silva, analisou que a alta deve refletir no desempenho do indicador apenas no segundo semestre, tendo em vista as encomendas antecipadas e, consequentemente, o estoque das indústrias da região.
Apesar dos possíveis reflexos da elevação da moeda americana nos resultados do segundo semestre, Silva lembrou que o Amazonas não é tradicionalmente conhecido por exportar, por isso as mudanças não resultariam em grande impacto. Ele detalhou que uma das opções para impulsionar a sinalização de dados positivos é a instalação de indústrias de semicondutores no País, impedindo a grande demanda de componentes eletrônicos importados. "Se isto acontecesse, poderíamos inverter essa performance da balança comercial", apontou.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, comentou que o Amazonas não é "eminente exportador", mas este saldo deve melhorar com a procura de fornecedores de componentes nacionais. "Especialmente quando a importação de componentes caros influi diretamente no preço do bem final, o que significa a perda de competitividade na região".
Dados Nacionais
Entre os dias 2 e 6 de julho, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 623 milhões. No acumulado, o saldo é de US$ 7,69 bilhões, com exportações de US$ 122,57 bilhões e importações de US$ 114,88 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário