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Com aproximadamente 630 mil infectados no Brasil, a Aids não deixou de ser uma epidemia. De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, estima-se que, do total, 255 mil pessoas não saibam ou não fizeram o teste para descobrir se estavam com a doença. Só em 2020, foram 31 mil novos infectados, com média anual, desde 1980, de 35 mil casos por ano. Esta terça-feira (1º) marca o Dia Mundial do Combate à Aids.
O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, divulgou nesta terça que a Bahia contabilizou 321 novos casos de Aids entre janeiro e novembro deste ano (lembre aqui).
Entretanto, a médica Inês Dourado, doutora em epidemiologia pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA) e coordenadora do projeto PrEPara Salvador, acredita que a preocupação com a prevenção da doença diminuiu entre os jovens, por uma série de fatores. O primeiro deles é a falta de qualidade na informação disponível.
"Na década de 1980, se falava muito na mídia informações sobre HIV, sobre as campanhas de prevenção. Nos momentos de carnaval, São João, sempre se fazia campanhas, se falava nas rádios. Hoje em dia você não escuta mais falar sobre isso, nem nas escolas. Os programas de saúde nas escolas, saúde e sexualidade, foram diminuindo. A gente está vivendo um momento de retrocesso, de conservadorismo, onde essas questões não estão sendo abordadas onde mais precisa. Hoje temos o contexto de pandemia, e as pessoas se informam muito pelas plataformas digitais, mas a informação não chega de uma forma que comunique", analisa.