A ex-mulher do advogado Júlio Zacarias Ferraz, 43 anos, Gláucia Mara Ottan Machado Ferraz, foi presa, na manhã desta quinta-feira (14), acusada de mandar matá-lo, por motivos relacionados ao divórcio.
Empregada do casal
Também foi presa a empregada da acusada, Maria Luiza Borges do Carmo, 27, que relatou à polícia todos os detalhes de como o crime foi praticado. Esta é acusada de manter contato com os matadores, que dividiram a quantia de 4 mil reais para assassinar o advogado.
Júlio Zacarias ficou desaparecido por cerca de 15 dias, e o corpo foi encontrado e identificado em Oliveira dos Campinhos, na zona rural de Santo Amaro, depois que familiares perceberam seu sumiço e procuraram a polícia para investigar o que aconteceu.
Aos policiais, a empregada informou que estava sendo ameaçada pela patroa e que ele foi dopado pelos matadores.
“Ela me ameaçou muito para executar, disse que já não aguentava mais ele, que já estava cansada e queria se separar dele, só que ele não queria dar o divórcio para ela. Eles [os matadores] não são daqui, estavam a serviço. Ele já estava desaparecido no dia 15, no dia do aniversário do filho. Primeiro ele foi sedado com uma substância, aí depois “os caras” o levaram primeiro para um quartinho, pra ele ficar sedado, aqui em Feira, [e depois levaram ele para Santo Amaro]”, contou.
A empregada disse que não estava perto do advogado quando ele foi morto, mas ouviu Júlio pedindo socorro e dizendo que já desconfiava que Glaucia queria matá-lo. Maria Luiza disse que trabalha na casa dos dois há quase um ano e que o relacionamento deles era conturbado e que ela pediu a separação.
“Ela ficava brigando com ele (…) e ele não aceitava a separação. Ela botava ele pra fora de casa várias vezes, chamava a polícia e tudo. Mas é mentira dela e invenção que ele a estuprou. Ele nunca faria isso. Ela pagou dois mil reais pra cada matador. Eu só sei que não tenho nada a ver com isso, quem tem a ver é ela, porque quem praticou todo o crime foi ela, e não fui eu. [O que eu fiz] foi com medo, ela ameaçou matar o meu pai e por tanto amor que tenho ao meu pai, eu não queria que acontecesse nada de ruim, nem com meu pai, nem com minha família”, declarou, afirmando que não recebeu nenhum pagamento da patroa para manter o contato com os matadores.
Na delegacia, Gláucia disse que a empregada tem problemas mentais. Ela disse também que queria fugir da vítima e que tinha medida protetiva contra ele. “Ele me agredia o tempo todo, ele teve duas prisões em flagrante. Estamos separados desde 2012, mas não estávamos divorciados. Eu queria o divórcio, mas não conseguia, porque eu nunca sabia onde ele morava”, informou.
As investigações
A investigação do homicídio foi realizada pela Polícia Civil de Santo Amaro e Feira de Santana de forma paralela, por meio de uma força-tarefa, que contou inclusive com o apoio da Polícia Federal. Segundo o advogado David Lopes, uma denúncia apontou a empregada de Gláucia como alguém que poderia ter informações sobre as brigas que ocorriam entre o casal, inclusive sobre a intenção de matá-lo.