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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Consumo excessivo de produtos ultraprocessados está associado a riscos significativos para a saúde mental

Estudos recentes revelam conexão entre alimentos ultraprocessados e sintomas depressivos, ansiedade e outros desfechos adversos
Outubro de 2024 - Novas pesquisas destacam uma conexão alarmante entre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e o aumento de sintomas depressivos e outros problemas de saúde mental. Duas pesquisas recentes, publicadas nas revistas científicas British Medical Journal (BMJ) e Clinical Nutrition, reforçam a necessidade urgente de atenção para a relação entre alimentação e saúde mental, e para a importância de reduzir o consumo de produtos ultraprocessados.

De acordo com o estudo brasileiro, conduzido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP), indivíduos com maior consumo de alimentos ultraprocessados apresentam um risco 42% maior de desenvolver sintomas depressivos, como humor deprimido, falta de prazer e falta de energia para atividades diárias (Werneck et al., 2024).

As duas pesquisas, citadas anteriormente, confirmam dados que já são sabidos por especialistas, e que mostram que a cada 10% de aumento no consumo de AUP, o risco de sintomas depressivos aumenta em 21%. E uma revisão sistemática e metanálise publicada no BMJ revela que o consumo de ultraprocessados está associado a riscos aumentados para depressão (22%), distúrbios do sono (41%), ansiedade (48%) e transtorno mental comum (53%) (Lane M M et al., 2024).

“As evidências sobre científicas dessa relação estão crescendo ano após ano. O consumo de produtos ultraprocessados tem se tornado cada vez mais comum devido à sua acessibilidade e conveniência, trazendo impactos negativos para a saúde mental”, afirma Bruna Hassan, pesquisadora em saúde pública da ACT Promoção da Saúde.

Especialistas recomendam uma reavaliação dos padrões alimentares e a promoção de políticas públicas que favoreçam uma alimentação adequada e saudável, baseada em alimentos frescos e menos processados, como arroz, feijão, hortaliças, e frutas, para mitigar os riscos associados ao consumo excessivo de produtos ultraprocessados.

Outra estratégia defendida pelos é a inclusão na Reforma Tributária em andamento no Congresso de alíquotas mais rigorosas para produtos que fazem mal à saúde, como os ultraprocessados, e incentivos para aqueles essenciais à vida. “Precisamos de políticas públicas que desincentivem o consumo desses alimentos e incentivem o acesso a alimentos saudáveis, essenciais para a melhoria da saúde física, mental e do bem-estar da população”, finaliza a pesquisadora.

Sobre a ACT Promoção da Saúde
A ACT Promoção da Saúde é uma organização não governamental que atua na promoção e defesa de políticas de saúde pública, especialmente nas áreas de controle do tabagismo, alimentação saudável, controle do álcool e atividade física. Esse trabalho é realizado por meio de ações de advocacy, que incluem incidência política, comunicação, mobilização, formação de redes e pesquisa, entre outras.

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