IGOR UTSUMI, COM ALINE RIBEIRO/epoca.globo
Brasil tem a maior taxa de cesarianas do mundo: 55%. Mulheres submetidas ao procedimento têm 3,5 vezes mais chance de morrer do que aquelas que realizam parto natural (Foto: Thinkstock)
Em 1990, 141 mães morriam para cada 100 mil bebês nascidos no Brasil. Em 2000, o país se comprometeu a reduzir esse número em 75%. E em 2015, mostrou que não cumpriu a meta.
Mesmo com um avanço notável — houve redução de 55%, o que significa, hoje, 64 mortes para cada 100 mil nascidos vivos — o objetivo não será alcançado. Não há uma explicação única para o fracasso, mas a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta o excesso de cesáreas como principal vilão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, no máximo,15% dos nascimentos sejam realizados por cesárea. No Brasil, o porcentual cresce ano após ano e hoje fica perto de 55%, a maior taxa do planeta. Mulheres submetidas ao procedimento, segundo a ONU, têm 3,5 vezes mais chances de morrer do que aquelas que realizam parto natural.
Reduzir o número de mulheres que morrem em decorrência dagravidez ou do parto foi o único Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) que o Brasil não chegou nem perto de alcançar. Ele fazia parte de uma série de metas estipuladas em 2000 pela ONU. Aceitas pelo Brasil e outros 188 países, deveriam ser cumpridas até 2015.