Plataforma apresenta oferta exorbitante e tenta barrar avanço da Netflix na disputa
Edgar Luz - bahia.ba/entretenimento
Foto: Dado Ruvic/Illustration/Reuters

A corrida bilionária pela compra da Warner Bros. Discovery está insana. A Paramount oficializou uma super oferta para adquirir a companhia pela bagatela de US$ 108 bilhões, valor bem acima dos US$ 72 bilhões anunciados recentemente pela Netflix, que pode colocar em risco o acordo da rival.
Segundo o CEO da Paramount, David Ellison, o objetivo é levar a proposta diretamente aos acionistas, driblando a diretoria da Warner. “Os acionistas da WBD merecem a oportunidade de considerar nossa oferta superior em dinheiro por suas ações da empresa inteira”, declarou.
Diferente da Netflix, que buscava fechar a compra por meio de um acordo negociado, a Paramount quer assumir o controle total, incluindo os canais de TV a cabo do grupo, como CNN e TNT. A empresa oferece US$ 30 por ação, acima dos US$ 28 propostos pela concorrente.
O que muda a partir de agora?
O futuro da transação depende de acionistas e reguladores dos Estados Unidos, já que qualquer fusão desse porte precisa passar por órgãos antitruste. Ellison reforçou que a oferta pública tem os mesmos termos da proposta levada à diretoria da Warner, insistindo que “oferece um valor superior e um caminho mais seguro e rápido” para concluir o negócio.
A oferta da Paramount fica aberta até 8 de janeiro de 2026, podendo ser prorrogada.
Multas bilionárias no meio do caminho
Se a Paramount conseguir fechar o acordo, a Warner terá que pagar à Netflix uma multa rescisória de US$ 2,8 bilhões. Caso a venda com a Netflix avance mas seja barrada por reguladores, quem paga é a plataforma de streaming o montante de US$ 5,8 bilhões para a WBD.
O interesse pela compra da Warner mobiliza Paramount, Netflix e Comcast há semanas. A Paramount, inclusive, vem apresentando propostas desde setembro, mas encontrou resistência na diretoria da WBD. A ofensiva da última segunda-feira (8) marca a primeira tentativa de falar diretamente com os acionistas.
O site Deadline destacou que, segundo Ellison, a fusão poderia resultar em um estúdio capaz de lançar mais de 30 filmes por ano nos cinemas. A discussão sobre distribuição, aliás, é um dos pontos sensíveis, especialmente no caso da Netflix, que promete manter “compromisso com os cinemas”, mas admite ajustes nas janelas de exibição.
Em carta enviada ao conselho da Warner, a Paramount ainda criticou o processo de venda, afirmando que a empresa teria “predeterminado” a Netflix como vencedora e abandonado um modelo de concorrência justo.
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