Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania afastou a funcionária e investiga o caso, enquanto Damares Alves responsabiliza o governo Lula
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
Em meio ao escândalo das joias milionárias doadas pela Arábia Saudita a Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro (PL), veio à tona mais um caso nebuloso envolvendo presentes direcionados à gestão do ex-presidente.
Conforme apurou o jornal O Tempo, informações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam que uma servidora apagou registros de todos os objetos recebidos por Damares Alves (Republicanos-DF) enquanto ministra da pasta de 1º de janeiro de 2019 até 30 de março de 2022, sob nomenclatura de Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“Neste sentido, informo que o controle de presentes recebidos era feito em planilha de Excel, e que, no início do ano de 2023, os dados dessa planilha, que constava todos os registros dos recebidos pelas ministras Damares Alves e Cristiane Britto, foram excluídos por uma colaboradora que justificou acreditar que essas informações não seriam úteis ou necessárias”, informou o ministério, em resposta ao jornal, que solicitou informações sobre os objetos recebidos pelas titulares da pasta no governo Bolsonaro.
Segundo a publicação, os dados foram excluídos no início deste ano, já no governo Lula (PT) e os presentes tampouco foram localizados nas dependências do ministério. “Verificou-se que os recebidos, exceto alguns livros, não se encontravam neste gabinete na data em que a atual gestão assumiu”, informou o ministério, hoje comandado por Silvio Almeida. Após o ocorrido, a funcionária envolvida na ocultação dos registros foi desligada da função e o caso foi comunicado a órgãos internos para apuração.
Procurada pelo jornal, a senadora Damares Alves responsabilizou o governo Lula pelo caso. “A senadora foi informada da perda dos dados referentes à demanda. De acordo com a compreensão, a perda do catálogo ocorreu durante a atual gestão. Todos os itens recebidos foram catalogados, incluindo artesanatos, cocares indígenas sem valor comercial, livros e Bíblias autografados em nome da senadora e outros objetos pessoais relacionados à então ministra e sua filha, como camisetas e retratos pintados. Muitos presentes foram enviados na forma de comidas, doces e cocadas, produzidos por grupos de mulheres e povos tradicionais”, afirmou a ex-ministra, por meio de sua assessoria.
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