'Falhou todo mundo, e começou a falha no próprio STF, quando ressuscitaram politicamente o ex-presidente Lula', disse o magistrado
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda-feira (9), o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, culpou o Estado brasileiro pelos atos terroristas praticados neste domingo (9) por apoiadores de Jair Bolsonaro. O magistrado é apoiador do ex-presidente. Para ele, o Estado deveria ter feito um trabalho de prevenção para evitar os incidentes de Brasília.
“Estou estarrecido e a única indagação que faço é: onde esteve o Estado que não previu isso e não tomou as providências cabíveis? Refiro-me ao Estado como um grande todo, não apenas ao governo do Distrito Federal. É algo impensável ter o STF depredado, ter o Congresso Nacional depredado, como ocorreu. Vamos fechar o Brasil para balanço”, disse.
O magistrado avalia que a versão brasileira da invasão ao Capitólio (prédio do Congresso dos Estados Unidos) por apoiadores de Donald Trump foi muito mais grave do que o ato original, ocorrido em janeiro de 2021.
“Não lembra o Capitólio porque foi muito pior do que houve no Capitólio. Lá teve resistência. E a repercussão internacional aqui é péssima. A insegurança jurídica é total para o Brasil. O que o investidor estrangeiro vai pensar disso aqui? Que é uma república das bananas”, disse o magistrado, que não culpou Bolsonaro pelo terrorismo praticado por seus seguidores. “Os responsáveis estão no Brasil, no território nacional, considerando as forças repressivas, as Forças Armadas. Bolsonaro não tem o domínio dessas forças que estão na rua. Ele não tem culpa, está a quantos quilômetros daqui?”.
“Falhou todo mundo, e começou a falha no próprio STF, quando ressuscitaram politicamente o ex-presidente Lula, dando o dito pelo não dito, quando enterraram a ‘lava jato’, quando declararam a suspeição do Sergio Moro, que veio a ser resgatado politicamente pelo estado do Paraná. O que começa errado, nós aprendemos quando garotos, não acaba bem.”, completou.
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