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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Associação Yanomami repudia fala de governador de Roraima e aponta preconceito

‘Esse pensamento se refletiu em políticas de tendência genocida que foram implementadas sistematicamente nos últimos anos’, diz nota da Hutukara Associação Yanomami
Foto: Facebook / utukara Associação Yanomami
As recentes declarações do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), a respeito da crise humanitária em terra Yanomami no estado foram recebidas com indignação pela Hutukara Associação Yanomami, que aponta “discriminação e preconceito” por parte do gestor.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Denarium minimizou o problema, afirmou que ele é antigo e não é exclusivo do estado, além de defender que os indígenas se “aculturem” para se integrar à sociedade.

“Enquanto o povo Yanomami vive uma das maiores crises de sua história, que vem sendo denunciada nos últimos anos pela Hutukara Associação Yanomami, o governador Denarium não só nega a realidade, como defende que os povos indígenas ‘tem que se aculturar, não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho’”, declarou a entidade, para expressar a indignação.

“Falas desse tom denunciam o grau de discriminação e preconceitos a que o povo Yanomami está sujeito. Nossos modos de vida nos são negados como se fossemos primitivos, incapazes, inumanos”, criticou a associação, afirmando ainda que tal pensamento não é apenas um discurso político ao defender que esta visão “refletiu em políticas de tendência genocida que foram implementadas sistematicamente nos últimos anos para inviabilizar a manutenção da vida dos Yanomami”.

Segundo a entidade, a facilitação da entrada dos garimpeiros ilegais e o desmantelamento da assistência à saúde básica nas terras indígenas são “consequências direta” da “noção preconceituosa” compartilhada pelo governador de Roraima. “Este tem sido cúmplice da tragédia, inclusive ao sancionar leis que, inconstitucionais, tinham a intenção de promover a atividade garimpeira e fragilizar a fiscalização da atividade em terras indígenas em roraima”, criticou a associação.

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