Os efeitos do evento climático histórico deixam em alerta 200 milhões de pessoas em 48 dos 50 estados americanos.
Foto: Kevin Hoak/Reuters
A tempestade de inverno que atinge os Estados Unidos causou a morte de pelo menos 17 pessoas e deixou 200 milhões de pessoas em alerta em 48 dos 50 estados americanos. Em alguns estados, as temperaturas chegaram a -50°C. Conteúdo G1
Segundo a emissora NBC, 17 pessoas morreram em decorrência das condições climáticas, a maioria delas em acidentes de trânsito.
Cerca de 700 mil pessoas estavam sem energia na manhã de sábado (24). Chamada de “Elliot”, a tempestade causou fortes nevascas e ventos congelantes frustrando os planos de Natal de milhões de americanos.
Os sistemas de energia em todo o país estão sobrecarregados pelo aumento da demanda por calor e danos causados por tempestades nas linhas de transmissão.
Os números mais recentes de interrupções representam uma queda acentuada em relação aos 1,8 milhão de residências e empresas dos EUA sem energia desde o início da manhã de sábado, de acordo com o site de rastreamento Poweroutage.us.
Muitas empresas elétricas pedem que clientes economizem energia, não liguem grandes aparelhos e desliguem luzes desnecessárias.
Após varrer o Oeste do país, a tempestade deve atingir neste fim de semana a costa leste americana, causando o Natal mais frio dos últimos anos na região.
Duas pessoas morreram em um engavetamento envolvendo cerca de 50 veículos em Ohio. Os motoristas presos na Ohio Turnpike foram evacuados de ônibus para evitar que congelassem em seus carros, segundo o Departamento de Bombeiros e Resgate de Toledo.
O serviço meteorológico americano considera “Elliot” um “evento histórico” não apenas por causa das temperaturas negativas surpreendentes, mas também pelo tamanho da frente fria vinda do Ártico, que se estende da fronteira com o Canadá, no Norte, até a fronteira com o México, no Sul.
Um dos locais mais afetados pelo evento climático é a região dos Grandes Lagos, perto da fronteira com o Canadá. De acordo com os meteorologistas, a área foi atingida na sexta-feira (23) por um ciclone bomba —quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente em uma forte tempestade.
Cidades como Cleveland, Detroit e Chicago estão enterradas sob uma espessa camada de neve.
Os estados de Montana, Dakota do Sul e Wyoming registraram temperaturas de até -45 °C. No norte de Idaho chegou a fazer -50 °C.
Os meteorologistas alertam para que as pessoas não saiam sob risco de sofrerem queimaduras de frio em poucos minutos. A exposição às temperaturas registradas pode levar a morte.
No condado de Erie, Marc Poloncarz, responsável pelos serviços de emergência, alertou para sobrecarga. No Twitter, ele pediu que as pessoas liguem para o 911 apenas nos “casos mais críticos e com risco de vida”.
Ele também enfatizou que as pessoas devem ficar em suas casas, mesmo que o aquecimento e a eletricidade falhem já que, atualmente, o transporte para abrigos de emergência é quase impossível.
Segundo as autoridades americanas, quase 1,5 milhão de residências em todo o país ficaram temporariamente sem eletricidade devido aos efeitos da tempestade. Os chamados estados da Nova Inglaterra – que inclui Maine, Vermont, New Hampshire, Massachusetts, Connecticut e Rhode Island – foram particularmente afetados.
Alerta de Biden
Na quinta-feira, o presidente americano, Joe Biden, alertou para a gravidade da situação e pediu que a população siga as recomendações das autoridades.
“Este é realmente um alerta meteorológico muito severo. E vai de Oklahoma ao Wyoming, e do Wyoming ao Maine. Há consequências reais. Por isso, encorajo todos a seguirem os avisos locais”, disse Biden em declarações à imprensa no Salão Oval da Casa Branca, em Washington.
Biden sublinhou que não se trata de um dia normal de neve, mas de algo “extremamente sério”.
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