Além da condenação, processo pede ressarcimento dos recursos públicos desviados
Foto: Marcos Corrêa/PR
O Ministério Público Federal (MPF) propôs uma ação de improbidade administrativa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados, Walderice Santos da Conceição, que ficou conhecida como “Wal do Açaí” que, segundo o órgão, nunca foi à Brasília e foi funcionária particular de Bolsonaro. bahia.ba/justica
O órgão enviou à Justiça Federal em Brasília a ação, que pede que os requeridos sejam condenados pela prática de improbidade administrativa, bem como façam o ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados.
Ela foi indicada pelo então deputado federal Bolsonaro, em fevereiro de 2003, para ocupar o cargo de secretária parlamentar no seu gabinete em Brasília, e permaneceu lotada até agosto de 2018, quando foi exonerada.
Segundo a investigação, durante os 15 anos que esteve comissionada, Walderice nunca esteve em Brasília, não exerceu qualquer função relacionada ao cargo e ainda prestava, com seu companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, serviços de natureza particular para Bolsonaro, em especial nos cuidados com a casa e com os cachorros do chefe do Executivo na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
A análise das contas bancárias de Walderice, segundo o MP, revelou uma movimentação atípica: 83,77% da remuneração recebida nesse período foi sacada em espécie, sendo que, em alguns anos, os percentuais de saques superaram 95% dos rendimentos recebidos.
Para o órgão, Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento de que Wal não prestava os serviços correspondentes ao cargo e, mesmo assim, atestou falsamente a frequência dela ao trabalho em seu gabinete para comprovar a jornada de 40 horas semanais exigida pela Câmara dos Deputados.
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