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quarta-feira, 23 de março de 2022

MPF pede explicações de Guedes sobre caso da offshore

Ministro não informou que esposa e filha são sócias em sua empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas
Foto: Luís Macedo/Agência Câmara
O Ministério Público Federal (MPF) confirmou nesta terça-feira (22) que notificará o ministro da Economia, Paulo Guedes, para prestar explicações sobre a ocultação da informação de que sua mulher e filha são sócias em sua empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal caribenho. A defesa do ministro alega que não há ilegalidade na postura de Guedes.

Segundo o MP, Paulo Guedes omitiu esse dado em um documento chamado Declaração Confidencial de Informações (DCI) enviado em janeiro de 2019 à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Procurado pela CNN, a assessoria do Ministério da Economia informou que o titular da pasta não iria se posicionar sobre a notificação do Ministério Público.

Os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, do escritório de advocacia que defende Guedes, enviou uma nota, afirmando que “o caso já foi arquivado, e não houve necessidade de qualquer depoimento do ministro, justamente porque as explicações da defesa foram suficientes para esclarecer o episódio como um todo e demonstrar a legalidade dos atos de Paulo Guedes, em sua vida pública e privada. A defesa irá apresentar a PGR, novamente, toda documentação que demonstra, de forma inequívoca, que o ministro não praticou qualquer ato ilícito, omissivo ou antiético”.

A offshore de Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas tem patrimônio estimado em R$ 50 milhões – a existência desta empresa no exterior foi revelada em outubro do ano passado a partir de documentos que ficaram conhecidos como Pandora Papers, analisados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas.

À época, a defesa do ministro afirmou que ele “jamais atuou ou se posicionou de forma a colidir interesses públicos com privados”. Em novembro do ano passado, Guedes afirmou durante audiência pública das Comissões de Trabalho e Administração do Serviço Público e Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, que os recursos da offshore são “da família” e “100% legais”.

O ministro explica ainda que se retirou da diretoria da offshore em dezembro de 2018 – o que foi confirmado pela comissão por meio dos documentos entregues por seus advogados.

Ao notificar o ministro, o MP atende a uma representação do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que foi entregue em novembro de 2021 e também foi assinada pelos parlamentares Lídice da Mata (PSB-BA), Bira do Pindaré (PSB-MA) e Kim Kataguiri (Podemos-SP).

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