por Francis Juliano
Foto: Reprodução / Preto no Branco
Um homem, de 47 anos, segue preso em Juazeiro, no Sertão do São Francisco, mesmo que indícios apontem que ele não tem culpa no que é acusado. A cena parece semelhante aos casos de prisão de negros em que uma foto serve para justificar as detenções (clique aqui). No caso de Juazeiro, custodiado é Reginaldo Vidal Nascimento, serralheiro e pai de quatro filhos.
Nesta quinta-feira (7), ele completa 53 dias detido na cela 1 do módulo 3 do Conjunto Penal de Juazeiro. Na manhã do dia 16 de agosto, Nascimento não entendeu nada quando policiais o procuravam no local onde trabalha há 15 anos. Os agentes cumpriam um mandado de prisão preventiva. Reginaldo era acusado de participar da tentativa de furto aos fóruns de Ribeira do Pombal e Tucano, onde Reginaldo nunca esteve.
As duas cidades estão a mais de 300 quilômetros de Juazeiro, onde Reginaldo Nascimento trabalha de segunda a sábado. Na tentativa de furto aos fóruns, três homens a bordo de duas motos tentaram arrombar os dois locais. Não havia um Reginaldo entre eles.
No entanto, o juiz Paulo Henrique Santana Santos, da Comarca de Ribeira do Pombal, sentenciou o serralheiro por um detalhe. A placa da motocicleta. O veículo, comprado por Reginaldo em 2018, foi vendido em fevereiro de 2019. Só que as tentativas de furto ocorreram dois anos depois, quando Reginaldo Nascimento não tinha mais notícia do veículo.
Segundo a defesa do serralheiro, tudo o que foi possível fazer para tirá-lo do presídio foi feito. No entanto, as iniciativas não vingam. “Já mandamos tudo o que foi preciso. A empresa onde ele trabalha já enviou carta manifestando a responsabilidade penal do empregado”, disse o advogado Jullivan Ferrari de Lima.
O defensor acrescentou que o promotor que apresentou a denúncia já voltou atrás e pediu a revogação da prisão preventiva. Lima disse ainda que, quando o juiz deu prazo de 15 dias para ele refazer o processo, respondeu no mesmo dia. Mesmo assim, o processo não andou e Reginaldo Nascimento permanece preso. O caso veio à tona após postagem do site local Preto no Branco.
O Bahia Notícias entrou em contato com o fórum de Ribeira do Pombal e com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas ainda não obteve resposta do caso até a publicação da matéria.
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