Bióloga alerta que o animal não deve ser morto, apenas controlado
Comum em ambientes urbanos, a infestação de pombos, seja em prédios públicos ou particulares, é sinônimo de dor de cabeça e medo de doenças. Para afastar esses animais é preciso muita paciência, já que eles se reproduzem muito rápido e não possuem predadores. Tudo isso complica a situação em muitas cidades e exige medidas rápidas e permanentes, sem envolver veneno.
A bióloga Natalie Amorim ressalta que as fezes ressecadas das aves, espalhadas pelo vento, podem ser inaladas e causar doenças, como a criptococose, conhecida como “doença do pombo”. A infecção é causada por fungos que se proliferam nas fezes dos animais e também em ocos de árvores, por exemplo. Inalados, eles se instalam nos pulmões e de lá migram para o sistema nervoso central. A doença pode dar meningite. Outras enfermidades causadas por esses bichos são: histoplasmose, que pode dar problemas pulmonares; salmonelose, que pode dar distúrbios gastrointestinais; além de dermatites e alergias.
Como evitar?
Assim como os humanos, os pombos precisam de três fatores para sobreviver: água, alimento e abrigo. Justamente por isso, costumam viver perto da população porque é ela que fornece esses elementos nas frestas das casas, porões, sótãos ou até mesmo por deixar comida acessível no lixo ou aberta na despensa. Há ainda as pessoas que voluntariamente alimentam os pombos, o que pode oferecer um grande risco à saúde pública.
A bióloga alerta que os pombos não devem ser mortos, apenas controlados, já que têm importância ambiental, assim como outras aves: “Não existem remédios ou produtos químicos que possam dispersar os pombos. Portanto, o controle desses animais é conhecido como manejo de pombos, que é um serviço especializado para afastá-los de um determinado local, respeitando a legislação vigente”.
A primeira missão é identificar o ninho das aves e os pontos de acesso do pássaro até o local. Outro ponto nessa fase é localizar os focos de alimento, água e abrigo, que são os pilares de sobrevivência das pragas urbanas. Depois, o próximo passo é realizar a limpeza e desinfecção do local. Técnicas específicas são utilizadas através de produtos químicos e com a utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) por técnicos. E, por fim, são aplicados repelentes, além de aparatos como telas, molas, fios e espículas para evitar o retorno do pombo ao local. A ideia é impedir o acesso sem causar danos.
“O manejo é um tipo de intervenção humana que engloba uma série de medidas que têm como objetivo controlar ou remanejar populações de pragas urbanas, como os pombos, a fim de garantir o equilíbrio do ecossistema. O manejo de pombos é legalizado e regulamentado por órgãos específicos como o IBAMA”, conta Natalie, que é diretora técnica da LarClean, empresa especializada em saúde ambiental na Bahia e Goiás.
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