Por Humberto Pinho da Silva
É normal, ao encontrar amigo ou simples conhecido, perguntar: “ Como estás?”; e o nosso interlocutor, por delicadeza, responde, em regra, deste jeito: “ Estou bem” ou “ Estou bem, graças a Deus,”, se for crente.
Será esse modo de dizer, correto? Ou será apenas formalismo, como quando automaticamente, respondemos: “ Tudo bem…” muitas vezes mentindo ou omitindo, achaques e problemas que nos transtornam a saúde.
Heitor Pinto, recorda-nos na sua obra: Imagens da Vida Cristã”, o erro que se cai, quando perguntamos, num encontro: “ Como estás?”
Porque, explica o nosso clássico: “(…) Tudo vai com esporas nos pés, pois tudo tão depressa passa, e nada está, segue-se que nós não estamos, mas passamos e corremos, de continuo esta posta até à morte. (…) Donde se conclui que não usam de boa linguagem os eu perguntam: como estais? Nem os que respondem: estou bem ou estou mal. Tão má a resposta, como a pergunta. Os que têm mais altos os espíritos e falam mais propriamente, perguntando dizem: como passais? E respondendo dizem: Passo desta maneira ou desta.”
Realmente a vida corre tão velozmente, que nem damos conta do tempo passar: o jovem, sem dar por isso, já é adulto; e o adulto, envelhece, sem sentir.
S. Gregório, um dia, numa pregação, aludiu a isso, dizendo: que a vida não passa senão de morte prolongada. Não chamamos, todavia, morte, senão ao termo da vida.
Daqui se ode concluir: que a morte, inicia-se logo no próprio dia do nascimento. Morre-se, um pouco, todos os dias.
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