Depois da política, a saúde se tornou um terreno muito fértil para as fake news nas redes sociais. As notícias falsas, geralmente com títulos bombásticos, se espalham mais rápido do que vírus pelos celulares das pessoas.
E uma das principais características é fisgar o leitor dizendo que ele está sendo enganado, com frases do tipo “o governo e a indústria não querem que você saiba disso”. “Basta usar esse argumento e pronto, a pessoa vai ler.
Por isso, criamos, há um ano, um canal de esclarecimento no Whatsapp e um site na internet para desmentir essas notícias e hoje já contabilizamos mais de 21 mil tipos de mensagens”, explica o diretor de comunicação social do Ministério da Saúde, Ugo Braga. Segundo ele, com o surgimento do coronavirus, houve uma explosão das fake news, não só no Brasil mas mundo afora.
A disseminação está tão intensa que o Ministério, além de usar o Whatsapp, precisou fazer acordos com o Twitter e Facebook para divulgar sua página com esclarecimentos oficiais sobre a doença e desmentir mensagens mentirosas que circulam pelos celulares, que já tem mais variáveis do que o próprio vírus. “Nas redes sociais nós conseguimos detectar as notícias falsas e desmentir no ato, mas o Whatsapp é um grande muro e só conseguimos desmentir quando as pessoas nos enviam a fake news”, acrescenta.
Rastilho de pólvora
Além do coronavirus, vacinas e câncer são as notícias que mais rendem compartilhamentos nas redes sociais. Coisas como vacinas causam autismo e celular e microondas provocam câncer se espalhavam como rastilho de pólvora, colocando tanto a indústria farmacêutica como as autoridades de saúde em estado de alerta para desmentir tudo. “O problema é que o desmentido não caminha com a mesma agilidade das fake news. Por isso, se tiver dúvidas, não repasse. Fake news em saúde pode matar”, afirma Braga. Laboratórios como a Pfizer tem apostado nas parcerias com órgãos como o próprio Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) para ajudar na disseminação de informação correta para a população. Listou as fake news mais difundidas e colocou em seu site as explicações corretas sobre elas. Lançou ainda uma campanha nas redes sociais com o mote #maisqueumpalpite, para ampliar a visibilidade das explicações para pais preocupados com a saúde de seus filhos. Segundo a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, a informação é a melhor arma para combater as fake news, “por isso apostamos na divulgação de dados confiáveis.” (IstoÉ)
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