A diretoria do São Paulo olhou para o mercado quando o técnico Muricy Ramalho, na última quinta-feira, ameaçou pedir demissão em reunião com o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro. Desde então, enquanto no CT da Barra Funda – lar do futebol – Gil Guerreiro diz que o tema só será tratado no fim do ano e que o sucessor de Muricy será estrangeiro e de preferência europeu, no Morumbi o nome do ex-jogador Leonardo é o mais comentado. E não só para o cargo de técnico.
Seja qual for o desempenho do time na Copa Libertadores e no Paulistão, o São Paulo não pensa em demitir Muricy Ramalho. Ataíde Gil Guerreiro é defensor ferrenho do treinador. Entre outros dirigentes, há discordância, mas poucos concordam com a demissão neste momento – alguns por pensarem que não seria bom trocar o comando em outro momento, outros porque temem a reação da torcida, com a qual o treinador tem respaldo. Todos, no entanto, temem que Muricy peça demissão em algum momento breve, após eventual novo fracasso da equipe.
Leonardo, 45, é o preferido no Morumbi, onde Ataíde Gil Guerreiro não está. Nos últimos dias o ex-jogador foi citado não só para assumir o cargo de treinador, caso o São Paulo precise, mas também para vir a ser gerente executivo de futebol, cargo ocupado hoje por Gustavo Vieira de Oliveira. O São Paulo também já buscou informações sobre o ex-jogador, que até julho de 2013 era diretor esportivo do Paris Saint-Germain. Das respostas que recebeu, a diretoria são-paulina afirma ter ouvido que Leonardo prefere trabalhar na Europa e que haveria entrave seria salarial, para qualquer um dos cargos. A reportagem tentou contato com Leonardo, mas não obteve sucesso.
Leonardo foi campeão da Libertadores e do Mundial pelo São Paulo, em 1993, conquistou a Copa do Mundo de 1994 pela seleção brasileira e mais tarde se tornou jogador importante do Milan, clube pelo qual se aposentou após uma breve segunda passagem. Foi dirigente do Milan entre 2003 e 2009, quando assumiu a função de treinador. Na temporada seguinte, virou técnico da rival Inter de Milão. Em 2011, tornou-se diretor do Paris Saint-Germain, clube do qual se demitiu em julho de 2013 após ser suspenso pela federação nacional por 14 meses por ter empurrado um árbitro após uma partida do clube.
Apesar de preferir a Europa, Leonardo não se recusa a trabalhar no futebol brasileiro. Ele também já decidiu que voltará a ser treinador. Neste momento, observa mais o seguimento da carreira como técnico de futebol do que como dirigente.
Para Ataíde Gil Guerreiro, o técnico teria de ser estrangeiro. O dirigente tem afirmado que não vê nenhum brasileiro no mesmo nível ou acima de Muricy Ramalho disponível no mercado. Ele defende a procura por um treinador europeu, mas admite que isso seria difícil no fim de 2015, no meio da temporada europeia, e que só seria viável neste meio de ano. Leonardo está há 13 anos na Europa, e ainda já havia vivido antes por seis anos no continente – quase metade da vida.
Oficialmente, nos microfones, a diretoria do São Paulo tem se esquivado sobre o tema por respeito a Muricy Ramalho. O discurso padrão é que o atual treinador só deixará o clube no fim do ano, ao término de seu contrato, e caso não aceite renovar. Em meio a tudo isso, como já exposto pela própria família, Muricy procura um período de 20 dias para que possa fazer uma cirurgia para retirada de pedra na vesícula.
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