Brasília, 29 abr (EFE).- O Banco Central elevou a taxa referencial de juros do país nesta quarta-feira em 0,5 ponto percentual, de 12,75% até 13,25% ao ano, seu maior nível nos últimos seis anos, em uma medida destinada a combater a crescente inflação.
A elevação, que já era prevista pelo mercado, foi anunciada hoje após uma reunião de dois dias dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) e no momento em que a inflação anualizada alcança seu maior nível em 11 anos.
Esta foi a quinta reunião periódica consecutiva em que o Copom determinou um aumento dos juros por considerar que se requer uma política monetária mais restritiva para enfrentar o aumento dos preços.
Na reunião anterior, no início de março, o organismo também tinha elevado a taxa Selic, considerada a referência dos juros no Brasil, em 0,5 ponto percentual.
"Após avaliar o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, até 13,25% ao ano", afirma um breve comunicado.
O Banco Central esclareceu que essa decisão não tem possibilidades de ser modificada até a próxima reunião do Copom, em meados de junho.
A decisão deixou a Selic em seu maior nível desde janeiro de 2009, quando o Banco Central, sem preocupações com a inflação, iniciou um novo processo de redução gradual dos juros para fazer frente à crise econômica internacional de então.
A inflação é atualmente uma das maiores preocupações das autoridades econômicas, uma vez que o índice acumulou nos últimos 12 meses até março um aumento de 8,13%, seu maior nível desde o acumulado em 12 meses até dezembro de 2003 (9,3%).
O Banco Central tem como meta para este ano limitar a inflação a 4,5% com uma margem de tolerância de dois pontos para mais ou para menos, o que permite que o índice chegue até um máximo de 6,5%.
Apesar dessa meta, o próprio organismo reconheceu em seu último boletim trimestral de inflação que o Brasil terminará 2015 com um aumento dos preços de 7,9%.
Os economistas dos bancos preveem para este ano uma inflação de 8,25%, muito acima da prevista pelo governo e quase dois pontos percentuais acima da máxima tolerada pelo Banco Central.
O governo reconhece que, apesar de pode frear o aumento dos preços por restringir o crédito e o consumo, a elevação das taxas de juros pode prejudicar ainda mais a economia do país, que só cresceu 0,1% no ano passado e que, segundo as últimas projeções, pode sofrer este ano uma contração de 1%, seu pior resultado em duas décadas. EFE*cm/rsd
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