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quinta-feira, 30 de abril de 2015

O que levou mulher a se entregar e provocar reviravolta em execução na Indonésia

REDAÇÃO ÉPOCA
Maria Kristina Sergio, acusada de ser a recrutadora de Mary Jane Veloso. A filipina de 30 anos foi condenada à morte por tráfico de drogas na Indonésia (Foto: Aaron Favila/AP)

Pouco antes das 23h da última terça-feira (28) (horário local), policiais da ilha deNusakambangan, na Indonésia, foram até a cela onde nove presos seriam executados por tráfico de drogas pelo governo indonésio. Naquele momento, o padre Charles Burrowsaconselhava o brasileiro Rodrigo Gularte. Burrows disse ao The New York Times que ospoliciais entraram, retiraram a filipina Mary Jane Veloso da cela e saíram rapidamente. Ela ainda não sabia, mas sua execução acabara de ser adiada por uma reviravolta.

Desde o momento em que Mary Jane foi presa com drogas, em abril de 2010, ela alega que foi enganada. Segundo a filipina, ela viajou para a Malásia junto com uma recrutadora, que prometeu trabalho de empregada doméstica no país. Chegando lá, descobriu que não havia emprego, mas que tinha uma oportunidade na Indonésia. Segundo Mary Jane, a recrutadora comprou roupas e uma nova mala e ela embarcou sozinha para a Indonésia – quando foi pega com 2,6 quilos de heroína na bagagem. 

Na terça, a mulher acusada de ser a recrutadora compareceu a um posto policial nas Filipinas. A novidade fez com que a Indonésia adiasse a execução da filipina de 30 anos. Maria Kristina Sergio, 47 anos, é filha de um dos padrinhos de Mary Jane. Segundo a imprensa local, ela ofereceu o trabalho para Mary Jane e emprestou o dinheiro para as passagens.

De acordo com o jornal The Manila Times, no entanto, Maria Kristina nega ser recrutadora. "Eu sou inocente. Eu não estou me entregando, eu estou pedindo proteção policial", disse, em entrevista com jornalistas em Manila. A história de Maria Kristina é ligeiramente diferente da de Mary Jane. Segundo ela, foi Mary Jane quem a procurou, pedindo ajuda para ir para a Malásia. Ela disse que, em Kuala Lumpur, não comprou nem roupas ou mala, e que perdeu Mary Jane de vista em alguns horas – momento em que poderia ter adquirido a droga. Maria Kristina disse que, nos últimos dias, passou a receber ameaças de morte por telefone e Facebook, e por isso resolveu pedir proteção policial.

A filipina Mary Jane Veloso, 30 anos, condenada à morte por tráfico de drogas na Indonésia (Foto: EFE/Bimo Satrio)
A família de Mary Jane diz que a acusada de ser recrutadora está mentindo. O caso, agora,será investigado pelas autoridades das Filipinas. A polícia filipina está tratando Mary Jane como vítima, e acredita que poderá desvendar uma quadrilha de tráfico de drogas e de pessoas se Maria Kristina colaborar.

Enquanto isso, as autoridades da Indonésia fazem questão de dizer que Mary Jane não foi perdoada – sua execução foi apenas adiada, e ainda pode ocorrer caso seja considerada culpada. Se isso acontecer, ela poderá ter o mesmo destino dos oito prisioneiros executados na terça. Segundo o New York Times, eles foram retirados da cela por volta das 23h e levados para um bosque. Lá, foram amarrados em postes de metal. A cada um foi oferecido uma venda para os olhos. Todos recusaram. Juntos, o prisioneiros começaram a cantar Amazing Grace, um hino religioso cristão. Cada um tinha seu próprio "pelotão" – doze homens para cada prisioneiro. Por volta da meia noite e meia (horário local, início da tarde de terça-feira no Brasil), todos os pelotões dispararam ao mesmo tempo.

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