Para reflexão: “Há duas espécies de cidadãos: os ativos e os passivos. Governantes (políticos) preferem os últimos; a democracia necessita dos primeiros - John Stuart Mill”.
É justamente a passividade do eleitor brasileiro, ou a massa de nossa população alheia ao que se passa no Parlamento e nos governos, que tem contribuído substantivamente para que os senhores políticos façam do mandato o que bem entendem. Como se o mandato político não fosse um compromisso democrático e de respeito eleitoral.
Mas, lamentavelmente, o político brasileiro só se preocupa, preliminarmente, com a sua reeleição como se política fosse profissão. Há exceções, mínimas, daqueles que sabem que mandato político é atividade transitória de prestação de serviços públicos, e terminados os seus mandatos voltam para as suas profissões de origens. Mas há aqueles que fazem dos mandatos cabide de emprego, ou interrompem os seus mandatos para exercer cargos nos governos ou para candidatar-se a novos pleitos em plena vigência de cumprimento de mandato. Isso é uma pouca-vergonha dos políticos com a seriedade democrática. E querem que a sociedade fique passiva a essa tramoia política.
Esses puladores de galhos, em busca das glórias do poder, deveriam renunciar o mandato ao se licenciarem. Isso seria o que deveria estar estabelecido na Constituição Federal se a nossa Carta Magna não fosse um instrumento tendenciosamente de cunho político.
Lênin já disse que “Onde termina a política começa a trapaça”. E eu digo que política no Brasil é a arte de tirar vantagem. O político brasileiro só quer tirar ou levar vantagem. As glórias do poder fascinam os nossos políticos, fazendo-os esquecer de suas responsabilidades democráticas.
Os parlamentares que irão disputar as eleições municipais brasileiras dão um grande mau exemplo democrático ao interromperem os seus mandatos.
Júlio César Cardoso - Bacharel em Direito e servidor federal aposentado - Balneário Camboriú-SC (Texto recebido do autor)
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