por Rafael Moraes Moura | Estadão Conteúdo
Em resposta às acusações de que teria recebido propina travestida de doação num esquema envolvendo contratos da Petrobras, o PMDB afirmou em sua defesa que o processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o partido pretende desestabilizar a legenda, "notadamente" por ter entre os seus membros o presidente Michel Temer. O processo em questão, de relatoria do ministro Luiz Fux, tem como base os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, que lançaram suspeitas de irregularidades em doações eleitorais em benefício do PMDB. "O objetivo desta representação não aparenta outro senão o de desestabilizar o PMDB nacional, notadamente por ser o partido do qual é filiado o atual presidente da República", diz a manifestação do PMDB, obtida pela reportagem. "Aqui cabe destacar que o PMDB se encontra envolvido com uma agenda positiva de mudanças na sociedade brasileira que visam à modernização, ao progresso e ao desenvolvimento em várias frentes de atuação, com medidas que por alguns podem até ser vistas como antipopulares, mas que certamente estão conduzindo o País para o retorno do crescimento", prossegue o partido, utilizando argumento semelhante ao do presidente na ação contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. PT e PP também são investigados no TSE com base em acusações dos mesmos delatores - esses processos podem levar à suspensão dos repasses do Fundo Partidário por um ano e, eventualmente, à extinção das siglas. Nos três casos, o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, pediu a inclusão de provas colhidas na ação da chapa Dilma-Temer, entre elas depoimentos de delatores da Odebrecht.