Monique de Carvalho - SNB
Um paciente cego voltou a enxergar após passar por um transplante de córnea impressa em 3d. O procedimento foi o primeiro do mundo
- Foto: air009/Shuttertock

Graças ao avanço histórico da medicina regenerativa um paciente legalmente cego voltou a enxergar após um transplante de córnea totalmente impressa em 3D. O procedimento marca um novo capítulo para pessoas que dependem dessa cirurgia, mas enfrentam longas filas de espera em diversos países.
A operação foi realizada no Rambam Eye Institute, em Haifa, Israel, em parceria com a empresa Precise Bio, que desenvolve tecidos biofabricados. A técnica dispensou a necessidade de um doador tradicional e usou um implante criado a partir de células humanas cultivadas em laboratório.
O resultado bem-sucedido indica que essa nova abordagem pode facilitar o acesso ao transplante em regiões onde bancos de olhos e infraestrutura médica ainda são limitados, ampliando as chances de recuperação de pacientes no mundo todo.
Como funciona a córnea impressa em 3D
A córnea é uma estrutura essencial para a visão e pode ser comprometida por traumas, infecções ou doenças genéticas. Mesmo com a alta taxa de sucesso dos transplantes convencionais, estimada em aproximadamente 97%, a dificuldade está na oferta desigual de tecido entre países, que varia de poucos dias de espera em regiões desenvolvidas a anos em outras partes do mundo.
Com o novo modelo de impressão 3D, essa realidade começa a mudar. A partir de uma única córnea saudável, pesquisadores conseguiram cultivar material suficiente para gerar aproximadamente 300 implantes. Isso multiplica a disponibilidade e cria condições para atender milhares de pacientes que enfrentam perda de visão causada por danos na córnea.
Outro destaque é o potencial de produção padronizada. Diferentemente das doações tradicionais, a impressão 3D permite criar implantes com maior uniformidade e em escala, algo que pode transformar o atendimento global.
Primeiras pesquisas e evolução da técnica
A ideia de imprimir uma córnea não é nova. A primeira versão foi apresentada em 2018 por pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Desde então, a tecnologia passou por anos de aprimoramento até chegar ao modelo atual.
A Precise Bio dedicou uma década ao desenvolvimento, sempre em colaboração com médicos e cientistas, para aperfeiçoar o processo de cultivo celular, impressão e integração do implante ao olho humano. Mais no sonoticiaboa
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