Roupas e outros itens que deveriam ajudar famílias atingidas eram vendidos em brechós da Serra Gaúcha

Segundo a investigação, roupas, fraldas e diversos utensílios, que deveriam chegar às famílias desabrigadas, estavam sendo vendidos em brechós da Serra Gaúcha.
O esquema envolveria oito pessoas, incluindo três da mesma família, além de uma empresa. Duas pessoas foram presas em flagrante.
O MP identificou indícios de enriquecimento ilícito, uso de laranjas e recebimento de dinheiro por PIX em nomes de terceiros. Por isso, as contas ligadas aos investigados tiveram cerca de 2 milhões bloqueados. O dinheiro, segundo o MP, teria sido usado para comprar carros, um apartamento e outros bens. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
“Se aproveitaram da dor das pessoas para obter vantagem patrimonial”, afirmou o promotor Manoel Figueiredo Antunes. Ele destacou ainda que alguns investigados chegaram a divulgar ações solidárias nas redes sociais, e um deles chegou a ser reconhecido publicamente por isso durante a tragédia.
A apuração começou após uma denúncia enviada ao Consulado-Geral do Brasil em Miami, alertando sobre a venda de roupas importadas.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Caxias do Sul, São Marcos e Boa Vista do Sul. Documentos, celulares e mídias foram recolhidos para ampliar a investigação, identificar possíveis novos envolvidos, calcular quanto foi movimentado e avaliar se houve desvio de doações em outros momentos.
Os suspeitos são investigados por apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro, todos os crimes agravados por terem ocorrido em meio a uma calamidade pública.
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