Zimerman acredita que reforma tributaria é uma ferramenta de justiça social
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O empresário, fundador e CEO da Petz, Sergio Zimerman disse que a reforma tributaria é a melhor forma de reduzir a desigualdade social. Em entrevista ao jornal O Estadão de S. Paulo, o empresário destaca que acredita que hoje os ricos pagam menos impostos enquanto os mais pobres acabam sendo penalizados.
“Eu, como CEO da companhia, pago menos imposto do que um operador de caixa da minha empresa. Isso é uma vergonha. Não acho que um país pode dar certo com esse tipo de mentalidade. […] Fico preocupado quando vejo todas as propostas de reforma que foram discutidas até o momento. Vejo que nenhuma toca no assunto mais central, que é essa brutal concentração de renda” afirma Zimerman, que atualmente é um dos maiores do setor de petshop do Brasil.
De acordo com o Estadão, Sergio Zimerman vê o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como uma “esperança renovada”. O empresário acredita que Lula terá “a visão correta de como empoderar os mais pobres, como fazer justiça de distribuição de renda com a mentalidade correta”.
“No Brasil, há uma média de 50% de impostos sobre os bens consumidos que não se verifica no resto do mundo. No resto do mundo, a média é de 20%. Isso dá a dimensão de como quem tem menos recursos paga mais impostos (pois quanto menos recursos se tem, mais eles são destinados ao consumo)” disse.
O fundador da CEO explica que para além dos programas sociais de distribuição de renda, a reforma tributaria deve ser encarada como uma ferramenta de justiça social.
“Algum grau de assistencialismo é necessário, principalmente para as pessoas que estão abaixo da linha da pobreza. No entanto, para realmente interferir na desigualdade e promover oportunidades de elevar a condição de vida das pessoas de uma forma estruturada, para mim, a mãe de todas as reformas é a tributária”, reforçou.
Zimerman alerta ainda sobre a possibilidade de uma reforma tributaria ser malvista entre os empresários. De acordo com ele “o empresário que tem consciência, não pode imaginar que tributar dividendos seja uma coisa equivocada”. “Da mesma forma, se por um lado o Brasil não tributa dividendos, por outro, o imposto sobre o lucro das empresas é o imposto mais alto do mundo. Prefiro apostar na defesa de uma ideia e apoiar qualquer um que compactue com isso e saiba respeitar o empresariado e suas reivindicações justas, sem se curvar à miopia de alguns empresários que acham que distribuição de renda é assunto de comunismo. Essa é uma visão míope. Acredito nisso como cidadão, mas também como empresário. Minha companhia será mais forte, à medida que a sociedade for mais forte. Quanto mais renda houver no Brasil, mais lojas eu vou abrir”, concluiu.
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