Um morador do País de Gales, no Reino Unido, se tornou a primeira pessoa do mundo a se curar da Covid-19 com a vacinação terapêutica. O paciente estava com a infecção há sete meses e tomou duas doses do imunizante da Pfizer. Foto: Universidade de Cardiff/Divulgação
O caso foi descrito, conforme noticiou o portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, em um artigo publicado no Journal of Clinical Immunology.
Identificado como Ian Lester, de 37 anos, o homem tem uma imunodeficiência genética rara causada pela Síndrome de Wiskott-Aldrich (SWA). O problema prejudica a resposta imunológica a infecções.
Diagnosticado com Covid-19 em dezembro de 2020, ele recebeu resultados positivos consecutivos durante sete meses, indicando a presença do vírus em seu organismo.
De acordo com a publicação, o caso de Lester foi acompanhado no Centro de Imunodeficiência do País de Gales, com sede no Hospital Universitário de Cardiff (UHW), onde os médicos tentaram a vacinação como uma abordagem terapêutica e não apenas preventiva, como é usada em todo o mundo.
“Meus sintomas pioraram gradualmente quanto mais tempo eu tinha o vírus. Isso incluiu fadiga extrema, falta de sono, dores de cabeça e aperto no peito. Cada teste positivo me deixava mais desanimado e ansioso”, contou o galês ao jornal da universidade.
Lester lembrou que, em junho de 2021, quando as reuniões sociais voltaram a ser permitidas no Reino Unido, ele começou a se sentir cada vez mais frustrado e a duvidar de que algum dia se livraria do vírus.
“Embora a maioria das pessoas consiga parar de se isolar após dez dias de contrair o vírus, eu fui uma exceção à regra. Meses se passaram, o que parecia uma vida inteira quando você não podia ir a lugar nenhum ou ver amigos ou familiares”, relatou ao site da Universidade de Cardiff.
O galês recebeu duas doses da vacina da Pfizer com intervalo de 21 dias entre elas. Em 72 dias após a primeira dose, novos testes começaram a apresentar resultados negativos consistentes. “Eu estava no céu e aliviado por finalmente ser negativo (para Covid)”, contou.
O professor Stephen Jolles, líder clínico do Centro de Imunodeficiência do País de Gales, explicou que a vacina produziu uma forte resposta de anticorpos rapidamente, além de um pico de células T.
O cientista Mark Ponsford, da Escola de Medicina da Universidade de Cardiff, ressaltou que a vacina foi bem tolerada pelo paciente. “Isso foi notável, pois a resposta de Ian às vacinas convencionais no passado foi extremamente limitada”.
Esta foi a primeira vez que uma vacina com tecnologia de mRNA foi usada para eliminar a infecção persistente por Covid-19. Agora os cientistas esperam poder confirmar a eficácia do tratamento com testes em outros pacientes.
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