Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China
A China continua fiel à sua postura de “manter a paz e se opor à guerra” na política exterior, razão pela qual promove o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia para cessar as hostilidades o mais cedo possível, disse no sábado (19/03/2022) Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês.
Segundo Wang, que falou à emissora CGTN, a posição da China, expressa por Xi Jinping, é a necessidade de evitar vítimas civis com um piorar da situação humanitária, e o objetivo de longo prazo é buscar uma solução de paz duradoura no continente europeu deixando atrás a mentalidade de Guerra Fria, abandonando um confronto entre blocos diferentes e construindo uma arquitetura de segurança equilibrada.
“Nunca aceitaremos nenhuma coação ou pressão externas, e também nos oporemos a quaisquer acusações ou suspeitas que têm a China como alvo”, sublinhou o ministro chinês, reafirmando que a posição de Pequim é objetiva, justa e responde às aspirações da maioria dos países.
Na sexta-feira (18) Xi Jinping e Joe Biden, líderes da China e dos EUA, respetivamente, falaram por vídeochamada, com o último advertindo Pequim caso dê “apoio militar” a Moscou. Já no sábado (19) Le Yecheng, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, se pronunciou contra as sanções antirussas, afirmando que elas não resolvem os problemas.
OTAN é ‘remanescente da Guerra Fria’ que já deveria ter desaparecido, diz China
A OTAN é um remanescente da Guerra Fria que deveria ter desaparecido há anos devido a ser ameaça à paz mundial, afirmou no sábado (19) Le Yucheng, vice-ministro das Relações Exteriores da China.
Com a crise na Ucrânia representando “a maior tempestade” da atualidade, Le apontou o papel intermediário da China na promoção das negociações entre as diferentes partes, e referiu que Xi Jinping, líder chinês, instou a Joe Biden, seu homólogo dos EUA, a trabalhar em conjunto e abandonar a mentalidade da Guerra Fria.
“Em primeiro, não se pode perseguir a segurança unilateral absoluta”, destacou o funcionário da China, sublinhando que a OTAN não devia se ter afastado de suas promessas de não se expandir para leste, e que a “busca da segurança absoluta é justamente a insegurança absoluta”.
“O bloco militar é um remanescente da Guerra Fria, e, com a desintegração da União Soviética, a OTAN e o Pacto de Varsóvia deveriam ter passado à história nesse mesmo instante. No entanto, em vez de se dissolver, a OTAN continuou se fortalecendo e expandindo. O resultado era de imaginar. A crise na Ucrânia é uma advertência”, frisou o vice-ministro das Relações Exteriores chinês.
Ele também criticou o uso de países menores contra maiores potências.
“Ante temores de se verem envolvidos em conflitos que os prejudicarem, os grandes países colocam os países pequenos como ‘peões’, e até os utilizam para travar guerras por procuração.”
Assim, Le Yucheng enfatizou que a globalização não pode ser “militarizada”.
“O abuso das sanções, que utilizam a globalização como uma arma, incluindo contra as pessoas no esporte, cultura, artes e entretenimento, terá consequências catastróficas para todo o mundo”, advertiu.
Em 24 de fevereiro de 2022 Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou o início de uma operação militar especial para “desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia”. O Ministério da Defesa russo sublinha que apenas alvos da infraestrutura militar ucraniana estão sendo atingidos.
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