João Leão e ACM Neto devem realizar comunicado conjunto nas próximas 72 horas, com a finalidade de formalizar aliança para as Eleições Majoritárias de 2022 da Bahia. jornalgrandebahia.com.br
Fonte do Jornal Grande Bahia (JGB) informou neste sábado (12/03/2022) que o vice-governador João Leão (PP), secretário do Planejamento da Bahia, deve anunciar nas próximas 72 horas o rompimento com a liderança do governador Rui Costa (PT) e aliança com o adversário, objetivando disputar as Eleições Majoritárias de 2022.
Segundo a fonte, João Leão, adversário histórico do carlismo, vai formalizar uma aliança com o magalhismo declarando apoio à ACM Neto (União Brasil, UB) para governador da Bahia e lançando pré-candidatura majoritária ao Senado Federal, na chapa de oposição ao governo do qual faz parte há cerca de 16 anos.
Caso confirme a candidatura ao Senado, João Leão vai enfrentar o antigo aliado senador Otto Alencar (PSD), candidato à reeleição na chapa liderada pelo PT da Bahia.
Na sexta-feira (11), o PT da Bahia aclamou Jerônimo Rodrigues como pré-candidato ao governo do estado. O político é secretário estadual da Educação e possui carreira vinculada a academia, como professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e participação em movimentos sociais, organização política intrapartidária e gestão em cargos públicos no governo federal, Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e nos governos estaduais de Jaques Wagner e Rui Costa.
Coerência ideológica
A opção de João Leão condiz com o partido no qual é filiado. O Progressista, legenda de direita, surgiu em 1995 a partir de fusões entre grupos que tiveram ligação com a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o partido governista da Ditadura Militar (1964-1985).
Neste contexto, o vice-governador mantém coerência com uma candidatura que tem vínculos com o Golpe Jurídico-Parlamentar de 2016, quando foi deposta a presidente Dilma Rousseff e no apoio ao extremista de direita Jair Bolsonaro (PL), governante responsável por severos boicotes ao povo da Bahia, estado no qual ele aparece com elevada rejeição.
Oportunismo
A adesão de João Leão à ACM Neto também ocorre em um cálculo de oportunismo político. No momento, o herdeiro do maglahismo pontua em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Neste contexto, a possibilidade que a aliança suprapartidária liderada pelo PT sofra redução do número de parlamentares estaduais e federais eleitos parece óbvia.
O ápice da liderança do PT da Bahia ocorreu em 2018, quando Rui Costa foi reeleito governador em primeiro turno, ao obter 5.096.062 votos, cerca de 75,50 % dos votos válidos.
Fator Lula
Caso confirme a aliança com ACM Neto, é possível que João Leão possa manter a atual bancada de parlamentares pepistas. Mas, ele terá que enfrentar o mais querido líder político do povo da Bahia, o ex-presidente Lula (PT), candidato à presidência da República.
João Leão terá que enfrentar, também, o senador Jaques Wagner e o governador Rui Costa, políticos bem avaliados pela opinião pública.
A ruptura do vice-governador com os petistas pode transformá-lo em um traidor do projeto de desenvolvimento que modernizou o estado e esse pode ser um aspecto negativo a ser explorado por futuros adversários.
Aos 76 anos, a escolha de João Leão pode ser a mais acertada da vida dele, podendo derrotar o petismo da Bahia, com o apoio à ACM Neto governador e sendo eleito senador da República.
Por outro lado, pode amargar o ostracismo político, ao ser derrotado nas Eleições 2022, passando a ser avaliado como ressentido, traidor e como alguém cuja métrica foi a ambição pessoal pelo poder de governar a Bahia.
Por fim, resta saber quantos vão seguir João Leão no possível apoio à ACM Neto. A legislação permite que os insatisfeitos mudem de legenda sem perda de mandatos.
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