Juros brasileiros chegaram a liderar lista de 40 países, mas guerra gerou aperto monetário pelas autoridades russas
Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
As sanções adotadas contra a Rússia, em função do conflito na Ucrânia, provocaram uma forte alta nos juros no país.
Com isso, o Brasil perdeu em março a posição de país com os maiores juros reais do mundo, apesar da alta da taxa Selic para 11,75%, anunciada na quarta-feira (16).
De acordo com o levantamento da Infinity Asset, os juros reais considerando a projeção do relatório Focus de inflação de 5,69% nos próximos 12 meses seriam de 7,10%, atrás apenas da Rússia, com 30,07%.
Considerando os juros nominais, ou seja, a taxa em si, o Brasil está na quarta posição, atrás da Turquia (14%), Rússia (20%) e Argentina (42,50%).
Em fevereiro, o Brasil liderou o ranking dos juros reais, com 6,26%, seguido pela Rússia, com 4,67%. No levantamento de juros nominais, o país ficou em terceiro lugar, atrás da Turquia e Argentina.
A mudança de juros na Rússia ocorreu em 28 de fevereiro, quando o banco central do país subiu a taxa de 9% para 20% ao ano.
O rublo, moeda do país, chegou a cair 30% após uma série de sanções de países ocidentais contra a Rússia, e a alta nos juros é uma tentativa de reter investimentos estrangeiros e permitir alguma recuperação cambial.
Nesse sentido, a média geral de juros reais entre os 40 países do levantamento foi de -0,94%, indicando que, em muitos deles, a projeção de inflação é maior que os juros atuais. Os menores juros reais são os da Argentina, com -15,20%.
Já entre os juros nominais, a menor taxa é a da Suíça, com -0,75%, seguida por Dinamarca (-0,60%) e Japão (-0,10%). A média geral das taxas nominais é de 3,55%.
Em fevereiro, a média dos juros reais foi de -1,41%, enquanto que a dos juros reais foi de 3,05%, indicando a continuidade do processo de aperto monetário global para combater a inflação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário