por Jade Coelho
Foto: Rodrigo Nunes/MS
Desde o início da imunização contra a Covid-19, foram notificadas para investigação 111 mortes de pessoas que receberam a vacina na Bahia. Porém, isso não significa que a vacina seja perigosa e até o momento não há provas de que nenhuma dos óbitos tenha sido causada pelo imunizante.
Uma equipe da Vigilância Epidemiológica do estado é responsável por analisar os casos e conduzir apurações sobre os “Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) Graves”. A Câmara Técnica se reúne semanalmente, desde o dia 11 de fevereiro, para análise dos óbitos e casos graves, e funciona dentro da tutela da Vigilância Epidemiológica do estado (leia mais aqui).
Até esta segunda-feira (19) a Vigilância recebeu 172 EAPV graves. Dentro desse total, além dos 111 óbitos, há 53 hospitalizações e oito convulsões.
Do total de notificações associadas às vacinas contra a Covid-19, a Câmara já analisou 93, sendo 60 óbitos, 29 hospitalizações e quatro convulsões.
Entre essas análises concluídas, a Câmara classificou as ocorrências em cinco causalidades: inconsistentes ou coincidentes (45 óbitos e 26 hospitalizações); dados da investigação conflitantes em relação à causalidade (5 óbitos); relação temporal consistente, mas em evidências na literatura para estabelecer uma relação causal (um óbito, 3 hospitalizações e 3 convulsões); reação de ansiedade associada à vacinação e/ou estresse desencadeado em resposta à vacina (uma convulsão); e inclassificável (9 óbitos). Ou seja: até o momento, não há nenhum caso de morte que tenha ocorrido por causa da vacina.
A Sesab destaca que a investigação dos EAPV graves faz parte do elenco de indicadores pactuados na Programação das Ações de Vigilância em Saúde. Todos os 172 casos notificados temporalmente associados às vacinas contra a Covid-19 são investigados para posterior análise. No momento, 79 estão em processo de investigação.
No universo de mais de dois milhões de vacinados contra a Covid-19 na Bahia, o número de notificações representa menos que 1%. Os EAPV já são reações esperadas. Isso porque as vacinas, como qualquer produto farmacêutico, podem apresentar efeitos indesejáveis.
Eventos adversos são qualquer ocorrência médica indesejada após o uso da vacinação, podendo ou não ter sido ocasionados por elas. A orientação da Sesab é para que as Unidades de Saúde informem as ocorrências. A recomendação vale para qualquer vacina, não só a da Covid-19. O processo é chamado de Vigilância dos EAPV.
Vale ressaltar que a grande maioria dos eventos associados ao uso de vacinas é de febre, dor e edema no local da injeção, que não são considerados graves.
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