Sobreviventes não hospitalizados têm 20% mais chances de necessitar de cuidados médicos ambulatoriais durante esse período.
Imagem: Reprodução/CNN
Uma reportagem da BBC Brasil revelou que um novo estudo, realizado a partir de registros médicos de 73 mil pessoas nos Estados Unidos que contraíram coronavírus mas não necessitaram de hospitalização, mostrou que esses pacientes tinham um risco de morte mais elevado – 60% maior – comparado com aqueles que não tiveram a doença, entre um a seis meses após a infecção.
De acordo com a publicação, os cientistas também constataram que os sobreviventes não hospitalizados de covid também tinham 20% mais chances de necessitar de cuidados médicos ambulatoriais durante esse período, em comparação às pessoas que não contraíram o novo coronavírus.
Segundo a pesquisa, baseada em registros médicos de pacientes do sistema de saúde do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, quem teve a doença experimentou uma vasta gama de problemas médicos de longo prazo que nunca havia apresentado antes.
Conforme a BBC, e esses sintomas não se restringiam somente aos problemas pulmonares devido ao impacto do vírus no sistema respiratório, mas que podiam afetar qualquer parte do organismo, de neurológicos a cardiovasculares, passando por gastrointestinais, além de mal-estar, fadiga, dores musculoesqueléticas e anemia.
Os sobreviventes corriam ainda maior risco de desenvolver problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e distúrbios do sono.
Em decorrência da Covid, os pesquisadores também verificaram um aumento do uso de vários medicamentos por esses pacientes, “incluindo analgésicos (opioides e não opioides), antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais e evidências de anormalidades laboratoriais em vários sistemas orgânicos”, escreveram eles no estudo, publicado na revista científica Nature.
Acredita-se que este seja o maior levantamento até agora para avaliar uma gama tão abrangente de condições de saúde. Os sobreviventes da Covid não hospitalizados no estudo testaram positivo para o vírus de 1 de março de 2020 até novembro.
“As manifestações clínicas agudas de cOVID-19 são bem caracterizadas, no entanto, suas sequelas pós-agudas não foram descritas de forma abrangente”, disseram os cientistas.
Segundo os pesquisadores, liderados por Ziyad Al-Aly, chefe do serviço de pesquisa e desenvolvimento do Sistema de Saúde para Veteranos em St. Louis, no Estado americano do Missouri, “os resultados fornecem um roteiro para informar o planejamento do sistema de saúde e o desenvolvimento de estratégias de cuidados multidisciplinares para reduzir a perda crônica de saúde entre os sobreviventes da Covid-19”.
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