Foto: Divulgação
O Brasil está seis meses atrasado no plano de logística para desenvolver uma vacina contra a Covid-19. Foi o que afirmou a pesquisadora e pneumologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.
"Deixamos de tomar providências do ponto de vista logístico, que poderiam ter sido iniciadas [antes]. Se sabemos que a vacinas começaram no período recorde de 8 meses, há 6 meses nós já deveríamos estar pensando, considerando a grande experiência do PNI brasileiro, deveríamos estar nos preocupando, quase um problema domestico: você se previne estocando agulhas, seringas, e mais uma rede de frios absolutamente pronta para receber qualquer vacina", pontuou.
Segundo o Uol, ela aproveitou para criticar o preconceito contra a vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac, a Coronavac, que tem um acordo com o Instituto Butantan, de São Paulo, para ser produzida aqui no Brasil.
"As pessoas têm que entender para acabar com esse preconceito que é até ingênuo, né? Da vacina chinesa, ou algo assim. A China é o maior produtor de insumos em biotecnologia do mundo. Se formos levar na ponta da faca, é tudo chinês. A fábrica que produz o insumo para Astrazeneca fica na China e foi visitado agora. As pessoas têm que saber disso, que tudo que recebemos, até matéria-prima, para fazermos remédio", criticou.
Quem também participou da atração foi o próprio diretor do instituto, Dimas Covas. "Primeiro, que não se trata de uma vacina chinesa, é brasileira, do Instituto Butantan. É uma vacina que será incorporada ao portfólio do Butantan. E, em nenhum momento, essa vacina será como outras, absolutamente 100% chinesa. As duas fábricas, tanto da Sinovac como a que foi contratada pela Astrazeneca, foram inspecionadas recentemente pela nossa Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esse é o ponto principal: o rótulo que foi colocado é absolutamente com a finalidade política e ideológica", afirmou.
Vale lembrar que o Brasil vem enfrentando uma alta no número de mortes pela Covid-19. Nesta segunda-feira (14), foram 526 novos óbitos, sendo que 18 estados e o Distrito Federal registram aceleração, de acordo com o Consórcio dos Veículos de Imprensa.
Na última semana, a média foi de 651 óbitos diários: crescimento de 24% na variação dos últimos 14 dias.
Desde o início da pandemia, o país contabilizou 181.945 óbitos causados pela doença, resultados de 6.929.409 casos. O número de diagnósticos positivos desta segunda foi de 27.419.
Os dados do Ministério da Saúde diferem desses. Segundo a pasta, são 433 mortes nas últimas 24 horas, com o total de 181.835 no Brasil até agora. Os casos totais contabilizados são de 6.927.145, sendo 25.193 nesta segunda.
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