Num país onde a liberdade de expressão é protegida pela Constituição, a imprensa sofre um ataque a cada três dias, escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia
Reflexo de um país traumatizado por 21 anos de ditadura, a Constituição reserva um espaço generoso para defender a liberdade de expressão e denunciar a censura.
No artigo 5o., se diz que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença.” No parágrafo XIV do mesmo artigo se assegura “a todos o acesso a informação” e a proteção do “sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.
Já no artigo 220, a Constituição reforça: “nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço a plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social”.
Diante de determinações tão explícitas, não custa recordar o que ocorreu na ultima sexta-feira, 20 de dezembro, quando Jair Bolsonaro respondia perguntas de um grupo de jornalistas, em Brasília. Diante de uma questão atual e justificada ( “o senhor pretende transferir a embaixada em Israel para Jerusalém?”) Bolsonaro desconversou e mudou de assunto de forma grosseira: “você pretende casar comigo?,” disse para o repórter. ” Não seja preconceituoso. Você não gosta de loiro de olhos azuis? ” Em outro momento, Bolsonaro foi ainda mais agressivo: “Você tem uma cara de homossexual terrível. Mas nem por isso eu te acuso de ser homossexual. ”
Um pouco mais tarde, quando a conversa tratava das origens de um empréstimo de R$ 40 000 ao onipresente Fabrício Queiróz, um repórter cumpriu o dever de perguntar: “Tem comprovante?” Bolsonaro respondeu de forma inaceitável: “Ô rapaz. Pergunta prá tua mãe o comprovante que ela deu para teu pai…” LEIA TUDO AQUI
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