POR FERNANDO BRITO - TIJOLAÇO
Depois de apontar contra diversos “autores” das queimadas em região amazônica, Jair Bolsonaro encontrou um novo culpado pelos incêndios florestais: os índios e os que apoiam a demarcação de terras indígenas na Amazônia.
— Se eu demarcar [reservas] agora, o fogo na floresta amazônica acaba em dois minutos. Eles querem a nossa soberania. Ninguém [no governo] quer destruir a Amazônia”.
Bolsonaro, depois de protestar contra o fato de haver índios “que nem falam português”, disse que os estados amazônicos estão sendo “inviabilizados” pelo que chamou de uma “verdadeira psicose no tocante a demarcação de terras” indígenas.
— Muitas reservas têm o aspecto estratégico. Alguém programou isso. O índio não faz lobby, não fala a nossa língua e consegue hoje em dia ter 14% do território nacional. Uma das intenções é nos inviabilizar.
O ex-capitão deu a entender que os protestos da Europa contra as queimadas vem do fato de ele não ter “demarcado ‘dezenas’ de terras indígenas quando voltou do G20, realizado no Japão”.
“Com todo o respeito aos que me antecederam, foi uma irresponsabilidade essa política adotada no passado no tocante a isso, usando o índio como massa de manobra”, prosseguiu, colocando a culpa no atraso da região no fato de que as demarcações “inviabilizam” a atividade econômica de estados como Roraima “que é a terra mais rica do mundo”, referindo-se às reservas minerais do Estado.
Bolsonaro foi eleito prometendo não demarcar “nem mais um metro quadrado” de terra indígena. Depois da reunião de hoje, parece que o o risco é de que, se tiver condições políticas, haverá é “desmarcação” destas reservas.
Felizmente, parece não haver.
Hoje, a alma do Marechal Rondon vai puxar o pé dos generais Augusto Heleno e Eduardo Villas Boas.
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