Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Escola de Saúde Pública Mailman, da Universidade de Columbia, descobriram que o vírus da febre chikungunya chegou ao Brasil pelo menos um ano antes do que apontam dados oficiais.
A partir da análise de amostras de sangue, o estudo revelou que o vírus já circulava no país em 2013. “Se temos a evidência de que um vírus circulou por mais ou menos um ano sem ser detectado significa que a vigilância, precisa se preocupar muito mais com os casos negativos para vírus conhecidos e começar a pesquisar outros possíveis agentes”, afirmou um dos coordenadores do estudo, o pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz, em entrevista ao Estadão. “Desta forma é possível reconhecer esse vírus antes que ele se torne um problema de saúde pública, evitando assim, uma possível epidemia”.
O trabalho mostrou que muitos pacientes foram diagnosticados erroneamente, já que o vírus não havia sido identificado. Por conta disso, pessoas que apresentavam sinais e sintomas da doença, mas tiveram resultado negativo para dengue, não tiveram seus casos analisados. “Trata-se de um problema sobre o qual a saúde pública deve se debruçar, não só para a próxima temporada, mas para as próximas décadas”, alertou Moreno. “É uma doença muito debilitante, cujos sintomas podem perdurar por meses e, em alguns casos, por muitos anos”, acrescentou.
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