Foto: Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Presa e torturada no período ditatorial no Brasil, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou a liberação para que os órgãos militares celebrem o golpe militar. "Não há nada a comemorar neste dia. Só rezar pelos mortos e manter a certeza de que resistiremos ao autoritarismo para construir uma nação sem ódios, mágoas e perseguições", declarou a petista ao blog Painel, da Folha de S. Paulo.
Para Dilma, o chamado do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para que se realizassem "comemorações devidas" neste 31 de março é uma demonstração de que o país vive "tempos sombrios" — a data marca a sucessão de eventos que culminaram na instauração do golpe no dia seguinte.
"São tempos que evocam prisão, tortura, morte e exílio. (...) É duro ver que após a incansável luta pela democracia, pagamos com dor e sacrifício para assistir agora uma comemoração do golpe forjada pelo chefe de Estado", acrescentou Dilma em mensagem enviada à coluna. No texto, ela lembra que brasileiros foram assassinados, alguns estão desaparecidos até hoje.
A ex-presidente foi presa pela ditadura aos 22 anos, acusada de integrar uma organização que fazia luta armada contra o regime. Durante mais de três anos, ela ficou encarcerada e relata que foi vítima de tortura nesse período.
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