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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ministério da Saúde vai estudar pílula do câncer da USP

Foto: divulgação
Depois da polêmica, o governo brasileiro informou que vai estudar a droga produzida pela USP de São Carlos, interior de São Paulo, que teria reduzido tumores de câncer em algumas pessoas- mostrada no mês passado aqui no SóNotíciaBoa.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que o ministério vai criar um grupo de trabalho para analisar a eficácia e a segurança da fosfoetanolamina na cura de casos de câncer.

A portaria com a determinação saiu no Diário Oficial da União do último dia 30.

“Vamos financiar e colocar os laboratórios públicos à disposição dos pesquisadores, para chegarmos o quanto antes a um parecer final sobre essa substância”.

História
A fosfoetanolamina foi sintetizada pela equipe de pesquisadores chefiada por Gilberto Chierice, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, em São Carlos, há cerca de 20 anos.

Ela ficou conhecida nas redes sociais como “pílula do câncer”, pela suposta capacidade de destruir tumores malignos.

O problema é que a substância não passou oficialmente pelas etapas de pesquisa exigidas pela legislação, que prevê uma série de estudos antes de um medicamento ser usado por seres humanos.

Segundo o ministro, os donos da patente concordaram na semana passada, durante audiência pública no Senado, em cumprir as exigências científicas para determinar a eficácia da droga.

Eles vão participar do grupo composto por representantes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para a realização dos estudos clínicos, os pesquisadores terão o apoio do Instituto Nacional do Câncer e da Fiocruz.

Cuidado
“Nós estamos torcendo para que essa substância tenha efetividade, e que seja segura, mas temos a preocupação de que esse tensionamento todo que foi criado e que está na sociedade, leve pessoas a abandonarem tratamentos comprovadamente eficientes para se aventurarem com uma droga que não cumpriu os protocolos científicos.”, alertou o Ministro.

Marcelo Castro explicou que as exigências do Brasil para a liberação de medicamentos estão de acordo com os protocolos definidos pela Organização Mundial de Saúde, praticados no mundo inteiro. Esse método científico inclui testes em células e em cobaias antes de ensaios clínicos em humanos.

Para ressaltar a importância dos testes, o ministro citou dois medicamentos, o anti-inflamatório Viox e o tranquilizante Talidomida, que apresentaram problemas após a comercialização.

“Medicamento é coisa importante e séria. Estou dando o exemplo de duas drogas que obedeceram todas as exigências científicas e, mesmo assim, trouxeram graves problemas para a população. Imagine uma droga que nunca foi testada”, disse.

De graça
Por algum tempo, cápsulas de fosfoetanolamina sintética foram fornecidas, de graça, em São Carlos, mas a USP proibiu a produção e distribuição porque o medicamento não é registrado na Anvisa.

Desde então, pacientes que tinham conhecimento da droga têm entrado na Justiça para obter a substância.

No início de outubro, o Supremo Tribunal Federal liberou o acesso à fosfoetanolamina a um paciente do Rio de Janeiro que estava na fase terminal da doença.

Desde então, a demanda pela substância não pára de aumentar.

“Nós vamos dar todo o suporte necessário para fazer os ensaios clínicos e chegar a um veredicto sobre essa substância. Não podemos ficar na situação que estamos hoje, agravada por decisões judiciais”, afirmou o ministro. Com informações da AgênciaBrasil

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