Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Como forma de repudiar os recentes ataques a terreiros de candomblé em Brasília, entidades afro-brasileiras locais fizeram um ato religioso neste sábado (28). O mais recente ataque ocorreu na madrugada da quinta-feira (27) no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá, a cerca de 20 quilômetros da região central de Brasília. De acordo com a Agência Brasil, o fogo destruiu o barracão onde os membros do terreiro Axé Oyá Bagan se reúnem. Ninguém ficou ferido. Os crimes são investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. Em meio a destroços e instrumentos musicais destruídos, os membros do terreiro se reuniram para declarar que não vão tolerar os atos de vandalismo. Este foi o quinto ataque (em três meses) a templos de religiões de matriz africana no Distrito Federal e no entorno. Participaram do ato representantes da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Para o ouvidor da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, Carlos Alberto de Souza, crimes contra terreiros não podem ser considerados somente dano patrimonial, porque, além dos danos nas instalações físicas, todos os objetos ligados à religiosidade são destruídos. "Nosso país é laico. Não pode interferir nas religiões, mas também não pode embaraçá-las. É importante que o Estado olhe para isso, sobretudo com políticas públicas para a comunidade, porque, aqui, tem ancestralidade sendo posta, não é somente uma questão de religião. Tem uma cultura que deve ser preservada e não pode ser alvo de violência. É algo assustador, e a gente precisa reagir", declarou. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário