por Bruno Ribeiro | Estadão Conteúdo*Foto: Raquel Freitas/G1
O reservatório da usina hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), em Santa Cruz do Escalvado, a 100 quilômetros de Mariana (MG), é esvaziado às pressas por causa do risco de rompimento da barragem de Germano, estrutura da empresa Samarco que ainda ameaça ruir. A ação deixou a população local em alerta. "Conforme a água está descendo, está acontecendo erosão da terra bem embaixo da Estrada de Santana", conta o técnico em mecânica Jarbas Antônio Lopes, de 54 anos, que havia levado parentes para ver a represa na manhã deste domingo (29). "Se despencar mais um pouco, vai bloquear a estrada", diz, referindo-se a uma estrada rural usada por moradores e trabalhadores das fazendas de gado ao redor da barragem. "O reservatório estava cheio antes de acontecer isso. No dia em que a lama chegou, até aqui ficou com pó", conta o técnico, nascido na região, que costuma visitar familiares no fim de semana. A ideia é que, caso Germano estoure, o reservatório de Candonga, que tem capacidade para 544 milhões de metros cúbicos, sirva como barreira de contenção para a lama, impedindo que ela siga pelo Rio Doce, a exemplo do que ocorreu com os rejeitos das Barragens Fundão e Santarém da Samarco. Na usina, poucos carros e funcionários podem ser vistos do portão para fora. As comportas já estavam abertas desde o dia 7, dois dias depois do acidente em Mariana, e a produção de energia foi suspensa. A usina tem capacidade para produzir 140 MW/hora. O esvaziamento emergencial foi decidido na sexta-feira (27), quando o juiz Michel Cury e Silva, da 1ª Vara da Fazenda, teve acesso a relatório produzido pelo Centro de Apoio Técnico do Ministério Público Estadual. O relatório atesta comprometimento da barragem de Germano e foi feito com base em informações prestadas por empresas contratadas pela própria Samarco. A Justiça deu prazo de dois dias para esvaziamento da represa. BN
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