O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira o ex-jogador Edílson, suspeito de integrar uma quadrilha que desviou 60 milhões de reais em loterias da Caixa Econômica. O ex-atleta da seleção brasileira e de grandes clubes do país está entre os investigados da Operação Desventura, e chegou a ser detido pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos. Segundo as investigações, Edílson, de 45 anos, seria responsável por aliciar gerentes de bancos para a quadrilha.
Thiago Philleto, advogado do ex-atleta, informou que só irá se pronunciar sobre o caso quando tiver conhecimento da decisão. A denúncia do MPF apontou que o jogador é um dos "responsáveis pela captação e recrutamento" de gerentes de banco dos estados de Goiás, São Paulo e Bahia para "validar bilhetes clonados, transferindo recursos federais (loteria) para a organização". Edílson é indiciado por 4 crimes na Operação Desventura. Com um mandado, agentes da Polícia Federal coletaram discos rígidos e computadores da casa de Edílson. No total, foram expedidos 54 mandados judiciais contra a quadrilha nos estados de Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e Distrito Federal. O MPF já havia pedido a prisão preventiva de Edílson em setembro, mas o requerimento foi negado pela Justiça Federal. O procurador da república, Hélio Telho, afirmou que Edílson tinha um relacionamento próximo com os líderes da organização, mas sua função era "apenas a de usar da fama e as grandes movimentações financeiras que fazia para aliciar gerentes do banco para as fraudes". O ex-jogador prestou depoimento em Goiânia no dia 14 de outubro e negou as acusações. Atacante com passagens de sucesso por Palmeiras, Corinthians e Flamengo e campeão mundial com a seleção brasileira em 2002, Edílson já havia tido problemas com a Justiça: no ano passado, foi preso por não pagar pensão alimentícia e foi liberado dois dias depois ao quitar a dívida de 102.000 reais. (Gazeta Press)
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