Com o IPCA-15 de novembro, divulgado nesta quinta-feira, 19, registrando alta de 10,28% em 12 meses e a taxa de desemprego, também revelada nesta quinta-feira pelo IBGE, a 7,9%, o chamado "índice da miséria" do Brasil continua sua trajetória de forte alta. Esse conceito, criado pelo economista norte-americano Arthur Okun, soma inflação e desemprego, considerando que ambos criam custos econômicos e sociais para um país. Com os dados de hoje, o índice de miséria do Brasil chegou a 18,18%. No começo deste ano, o resultado era de pouco mais de 10%. "Não há alívio à vista. O desemprego deve continuar subindo à medida que a recessão se aprofunda", escreveu hoje em um breve comentário no seu blog a pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional Monica Baumgarten de Bolle, chamando atenção para a escalada do indicador cunhado por Okun. O atual nível do índice de miséria é o pior desde pelo menos 2008. Naquele ano, em meio à crise financeira internacional, o índice chegou perto de 14%. O indicador brasileiro também está entre os piores do mundo. A campeã disparada é a Venezuela, com mais de 80%. Na sequência aparece a Argentina, acima de 30%, e em terceiro lugar está a África do Sul, pouco abaixo dessa marca. Enquanto isso, o índice de miséria dos EUA está em 5,2%, considerando uma taxa de desemprego de 5,0% e a inflação - medida pelo índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) - de 0,2%. Trata-se do menor nível desde meados da década de 1950. (Estadão Conteúdo)
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