por Ricardo Galhardo e Valmar Hupsel Filho | Estadão Conteúdo
Na mais forte reação do PT às denúncias de corrupção contra integrantes do partido, a direção nacional da legenda vai distribuir a partir desta quarta-feira (11) milhares de cópias de uma cartilha na qual acusa a força-tarefa da Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e setores da imprensa de agirem deliberadamente, com base em "mentiras", para "eliminar o partido da vida política brasileira". Em 34 páginas, o documento "Em defesa do PT, da verdade e da democracia" relaciona as conquistas do partido nos 12 anos de poder, inclusive na área do combate à corrupção, e descreve o que chama de campanha para criminalizar o partido, dirigentes e o seu maior expoente: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Mentem sob a proteção da toga, nos mais altos tribunais, afrontando a consciência jurídica da Nação em rede nacional de TV. Mentem sob a impunidade parlamentar, disseminando o ódio nas redes sociais. Mentem sob a proteção da autonomia funcional, forjando procedimentos investigatórios sem base alguma, apenas para produzir manchetes. Mentem sob a proteção do anonimato covarde, contrabandeando para a mídia dados parciais e manipulados por meio de vazamentos criminosos", diz o texto. Conforme a cartilha, "desde a campanha eleitoral de 2014 adversários escolheram as investigações da Operação Lava Jato para insistir em criminalizar o partido". Para embasar a tese, o texto cita fatos históricos como o caso de Leme (SP), em 1986, em que um delegado acusou falsamente petistas de atirarem contra trabalhadores rurais, e o sequestro do empresário Abílio Diniz, às vésperas das eleições de 1989, quando a polícia de São Paulo obrigou os sequestradores a vestirem camisetas do partido. "A maneira sistemática, violenta e insultuosa com que estas mentiras vêm sendo difundidas não deixa dúvidas quanto aos objetivos de seus mentores: querem eliminar Lula e o PT da cena política brasileira, temendo sofrer a quinta derrota consecutiva nas eleições de 2018", diz o texto. O PT incluiu na publicação tabelas mostrando valores de doações de empresas investigadas pela Lava Jato ao PSDB. Segundo o PT, as 17 empreiteiras investigadas doaram R$ 619 milhões ao PT e à campanha da presidente Dilma Rousseff e R$ 601 milhões ao PSDB e à campanha de Aécio Neves em 2014. "Se a origem das doações é a mesma, por que criminalizar apenas as contribuições ao PT?", questiona o documento. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário