O senador democrata por Nova Jersey Robert Menendez, de 61 anos, é acusado de usar influência política para ajudar doadores de campanha, segundo uma reportagem do jornal norte-americano "New York Post".
Entre as alegações está a de ter trabalhado para facilitar a obtenção de vistos de permanência nos Estados Unidos para namoradas estrangeiras do cirurgião ocular Salomon Melgen.
Uma das beneficiadas foi identificada pelo "Post" como a ex-integrante da quarta edição do "Big Brother Brasil" Juliana Lopes Leite, de 34 anos. Hoje ela é advogada em Miami.
O cirurgião, que é casado, foi apontado como um dos maiores doadores de campanha do senador democrata devido aos laços de amizade entre os dois. Menendez responde a oito acusações envolvendo suspeitas de corrupção política. Se condenado, o político pode pegar até 15 anos de prisão.
O G1 tentou contato com Juliana na manhã desta segunda-feira (20) por e-mail e por telefone. Foram feitas cinco ligações para o escritório de advocacia dela em Miami. Em duas ocasiões, uma atendente desligou a chamada após a identificação de que se tratava da imprensa brasileira. Nas demais vezes, as ligações foram desconectadas automaticamente após entrar em linha.
O e-mail enviado para Juliana pergunta se ela conhece o cirurgião e o senador e qual a versão dela sobre a suposta irregularidade na obtenção do visto, mas não houve retorno até a publicação desta nota.
Juliana trabalhou como atriz em novelas e posou para revistas masculinas no Brasil antes de se mudar para Miami e se tornar advogada. Outras beneficiadas do esquema teriam sido uma atriz ucraniana que se mudou para a Flórida e duas dominicanas.
A versão do político sobre os fatos não foi divulgada pelo jornal. O G1 mandou um e-mail ao escritório de Menendez no Senado norte-americano e espera resposta. Segundo o "Post", Juliana admitiu à publicação que ela conhece o cirurgião, mas se recusou a comentar a investigação. O senador sabia que Juliana era uma das namoradas do cirurgião, conforme relatam os dados da investigação, diz o jornal.
O pedido para o visto de Juliana teria ocorrido em 24 de julho de 2008 quando o senador pediu a um ajudante para mandar um e-mail a um integrante do alto escalão do Departamento de Estado para “considerar com atenção” o pedido de visto para a modelo brasileira, que gostaria de entrar nos EUA com visto de estudante.
A “namorada nº 1”, como os investigadores citariam Juliana nos documentos oficiais, havia se inscrito para cursar direito na Universidade de Miami e solicitaria o visto em Brasília no dia seguinte. Juliana, que é de Brasília, formou-se na Universidade de Miami em 2010.
O cirurgião Melgen já está preso por outro processo, envolvendo encargos de fraudes médicas, alegando inocência em ambos. Ele é mantido preso no Centro Federal de Detenção, em Miami. Fonte: G1
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